Conheça as histórias de pessoas que se perderam dentro da floresta amazônica

Os casos de pessoas que se perdem nas áreas de mata são comuns nas capitais e municípios nos estados da região Norte

A floresta amazônica possui uma extensão territorial de aproximadamente 5 milhões km², considerada a maior floresta tropical do mundo, corresponde a 53% das florestas tropicais ainda existentes no mundo. Ela fica localizada na América do Sul, no Brasil, ocupa os estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Pará e Roraima.

No interior, os casos de pessoas que desapareceram ou ficaram perdidas fazem parte do cotidiano das histórias dos ribeirinhos.  Conheça algumas histórias de pessoas que se perderam nas regiões de mata:

Coari

O caso mais recente aconteceu no município de Coari, há 363 km da capital, Manaus. Davi de Oliveira Monteiro desapareceu no dia 13 de junho de 2021, a caminho de um sítio na estrada entre Coari-Mamiá. De acordo com informações dos familiares, ele havia dito dito que iria caçar, mas não retornou. As buscas começaram no dia 16 de junho. Durante a procura, a equipe de resgate encontrou uma camiseta, além de vestígios de uma fogueira, feita por Davi.

Após 9 dias de buscas, Davi Oliveira foi encontrado na mata pela equipe de resgate da Guarda Civil Municipal, na noite do dia 21 de junho após ouvirem gritos do homem. Ele estava sentado ao lado de uma árvore, nas proximidades da Comunidade Curiarã, no lago de Coari. Exausto e debilitado, ele foi levado ao Hospital Regional do município e recebeu alta na manhã do dia seguinte.

Foto: Reprodução

Manaus

Em maio de 2021, seis adolescentes desapareceram após entrarem em mata de reserva ambiental em Manaus. De acordo com os familiares, Denilson Souza Pereira (14), Ravel Azevedo Abreu (15), Lucas Gabriel da Silva Costa (16), Kauã Henrique de Moura (17), Pedro Henrique Lopes da Silva (17) e Michael Felipe Rodrigues Lira (17) estavam jogando bola em uma quadra no bairro Cidade de Deus e decidiram tomar banho após a partida em um igarapé localizado dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, zona norte da capital. Após 18h dentro da mata, os adolescentes conseguiram encontrar a saída sem ferimentos graves, apenas um dos adolescente teve ferimentos leves na perna.

“A gente fez um barraquinho na hora da chuva e ficou lá. Aguentamos. Ficamos preocupados com a família, falávamos isso toda hora. Nunca mais vou entrar aí. Íamos tomar banho no segundo igarapé, mas decidimos ir para o terceiro, mas não deu mais para voltar, estava muito longe. Ficamos até a noite tentando sair, mas estava muito escuro. Caminhamos muito”, lembra.

Foto: Reprodução/ Eliana Nascimento – G1

Pará

No dia 21 de março, uma família se perdeu no interior do Pará, ao adentrar na mata para pegar castanhas. João Paulo da Silva e duas crianças de 10 e 13 anos entraram na floresta para procurar uma castanheira e colher os ouriços para a venda. O trio mora no bairro Vila Palmares, no município de Tailândia, há 258 km da capital do estado, Belém.

Logo após se perder, ele chegou a mandar uma mensagem para a esposa e disse que ele e as crianças estavam conseguindo se alimentar com frutas que estavam colhendo nas árvores.

A família foi encontrada 4 dias depois, entre onde conseguiram ir até a estrada, na mata de Palmares, a 57 km de Parauapebas, onde avistaram um carro de um morador local que ajudava nas buscas. 

Foto: Reprodução

Amapá

Dentre os casos mais relevantes, está o desaparecimento de 2 adolescentes, que se perderam em uma floresta no Norte do Amapá. Renato Siqueira de Jesus, de 13 anos, e Fabrício Barbosa, de 14, saíram para apanhar açaí, por volta das 9h, mas não retornaram. O sumiço aconteceu no dia 8 de abril, na cidade de Calçoene, a 366 quilômetros de Macapá.

Renato e Fabrício estavam acampados junto com seus pais em uma área rural de Calçoene, quando decidiram ir em busca de açaí. Com eles, levaram um saco grande de cebola vazio, usado para fazer peçonha (PESQUISAR), uma faca e um cachorro. Segundo os familiares, eles não se conheciam.

As equipes de busca se iniciaram no dia do desaparecimento, com grupos de busca feito entre os moradores, mas as pistas e rastros eram confusas. Dois dias depois, a polícia integrou as buscas. A floresta onde os meninos se perderam é extremamente densa, dificultando o trabalho da equipe. No início das buscas, o cachorro que acompanhava os dois adolescentes foi encontrado, porém não foi confirmado se era, de fato, o mesmo cachorro. A busca continuou por 16 dias, mobilizando mais de 50 homens entre Bombeiros, Guarda Florestal, Polícia Militar (PM), Companhia de Operações Especiais (COE), Exército Brasileiro e Grupamento Tático Aéreo (GTA). No dia 26 de abril, a operação foi suspensa, sem sucesso. Acionadas pela Polícia Civil, as equipes do Corpo de Bombeiros voltaram as buscas após receberem informações e pistas no dia 8 de abril. Porém, 4 dias depois, o trabalho foi novamente suspenso e retomado no dia 15 de maio, com novos indícios do paradeiro dos meninos.

Ainda de acordo com Edineide, a mãe de Renato, devido aos custos, o número de mateiros fazendo as buscas, que antes era de 30, diminuiu para 15. O grupo passa de 3 a 5 dias dentro da mata antes de voltar para a base do acampamento na área de assentamento rural. A mãe de Renato vai da sede de Calçoene até o acampamento de 3 em 3 dias para receber notícias das buscas. 

Os meninos continuam desaparecidos, sem novas pistas ou indícios, mas os familiares seguem continuando as buscas. 

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