Conheça as características dos insetos que ajudam na solução de crimes na Amazônia

Pesquisadora do Inpa explica como insetos ou artrópodes possuem papel importante na solução de crimes e obtenção de evidências.

Os fãs de seriados policiais e ficção científica já conhecem um pouco da Entomologia Forense, ou seja, o uso de insetos na solução de crimes e obtenção de evidências. O que algumas pessoas não sabem é que esses insetos são utilizados mesmo na solução de crimes reais. As vespas, abelhas, besouros e moscas tem ajudado policiais civis, legistas e peritos a investigarem crimes.

Os insetos ajudam a encontrar cadáveres humano em decomposição e quando utilizados da forma correta são ótimos auxiliares na obtenção de evidências policiais. Entre os insetos associados a cadáveres estão os Diptera, Coleoptera e Hymenoptera.

Assim, a Entomologia Forense é uma ciência que estuda o desenvolvimento  e comportamento de insetos e outros artrópodes associados a um cadáver humano e assim consegue estimar a data da morte, se o corpo foi movido ou manipulado, e determinar possíveis circunstâncias que cercaram o fato.

Nesse contexto surgem perguntas como “quais são os insetos com essa habilidade?”, “o que os diferencia dos outros?”, “na Amazônia, quais insetos são utilizados?”. 


O Portal Amazônia convidou a doutora em Entomologia, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Luana Barros, para responder esses questionamentos.
Foto: Cedida/ Luana Barros

 Quais são os insetos que possuem essa habilidade?

Existem três ordens de insetos que estão presentes durante o processo de decomposição de um cadáver. Os Diptera correspondem às moscas e mosquitos, já  Coleoptera é a ordem dos besouros, e os Hymenoptera tem como representantes as vespas e abelhas.

“A abundância de cada ordem pode variar bastante ao longo da decomposição, onde observa-se alta influência das características do local onde o cadáver é encontrado. Principalmente a temperatura, umidade, tipo de solo, se o corpo está em um local aberto ou fechado. Todos esses fatores contribuem para a chegada, permanência e abandono dos insetos no local”, 

explica a pesquisadora.

As pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) geraram artigos publicados em revistas científicas, contribuindo com novas informações que podem ser utilizadas na prática policial. 

Entre os insetos de interesse forense, as moscas costumam ser mais exploradas e utilizadas devido sua abundância durante o processo de decomposição,  além da facilidade na criação de suas larvas para estudar suas fases de  desenvolvimento.

“Muitos pesquisadores se dedicam ao estudo dessa ordem pela importância na medicina, na saúde pública e agricultura, gerando informação que facilita a execução de experimentos e a aplicabilidade das mocas em questões criminais”, informou. 

Qual a intenção dos insetos ao localizarem um cadáver?

Independente da ordem, os insetos possuem um interesse em comum durante o processo de decomposição: se alimentar. “O cadáver funciona como uma fonte de alimento para alguns adultos, mas principalmente para os imaturos (larvas). Os insetos de interesse forense são atraídos pela matéria em decomposição, pelo odor, que podem estimulá-los a se reproduzir, ou as fêmeas a depositarem seus ovos”, detalha a pesquisadora. 

O que diferencia esses insetos dos outros?

A principal diferença está na atração pela matéria orgânica em decomposição. Luana explicou que: “A diferença é que para alguns é algo atrativo. Além disso, é possível encontrar insetos ocasionalmente em um cadáver, apenas acidentalmente ou por coincidência”.

Por isso é importante, ao se deparar com uma cena de crime, não mexer em nada, mas contatar imediatamente a polícia, que poderá contar com a ajuda da entomologia forense.

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