Projeto ATTO: Inpa e Sociedade Max Planck reforçam cooperação científica para pesquisas

Além dos representantes da Max Planck, o grupo também contou com a presença da Embaixadora da Alemanha no Brasil, Bettina Cadenbach, que conheceu as instalações do projeto e teve a oportunidade de subir parte dos 325 metros da torre ATTO.

Visita da comitiva alemã na Torre ATTO. Foto: Shirley Cavalcante/Editora Inpa

O presidente da Sociedade Max Planck, Patrick Cramer, esteve no Amazonas e conheceu o Projeto Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO — Amazon Tall Tower Observatory), a maior estrutura de monitoramento climático do mundo.

O ATTO é fruto de uma cooperação entre o Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), e a Alemanha, representada pelos Institutos Max Planck de Biogeoquímica (MPI-BGC) e de Química (MPI-C). Em funcionamento há dez anos, o projeto busca compreender como as florestas da Amazônia Central interagem com a atmosfera do entorno e suas influências sobre o clima.

Leia também: Projeto ATTO completa dez anos da maior torre de monitoramento climático do mundo

A comitiva alemã partiu da sede do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA/Inpa-MCTI), em Manaus, com destino à base científica do ATTO, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDS Uatumã), no município de São Sebastião do Uatumã, interior do Amazonas. O grupo foi recebido pelo pesquisador do Inpa e coordenador brasileiro do ATTO, Carlos Alberto Quesada, que apresentou a dinâmica de pesquisa desenvolvida no observatório.

Além dos representantes da Max Planck, o grupo também contou com a presença da Embaixadora da Alemanha no Brasil, Bettina Cadenbach, que conheceu as instalações do projeto e teve a oportunidade de subir parte dos 325 metros da torre ATTO.

De acordo com o coordenador brasileiro do projeto, o pesquisador do Inpa Carlos Alberto (Beto) Quesada, o ATTO é um “equipamento científico extraordinário” que faz a conexão entre os processos ecológicos e biológicos que acontecem dentro da floresta com a atmosfera. A instrumentalização do do ATTO tem tecnologia que permite acompanhar, em tempo real, como os gases que são formados no solo ou pelas plantas são levados pela turbulência até a atmosfera.

“Estamos celebrando dez anos da torre ATTO, este que é um projeto com grande produtividade de artigos científicos, teses de mestrado e doutorado. São mais de 200 pessoas envolvidas entre Brasil e Alemanha, nessa colaboração científica em que somos liderança mundial nesse estudo”, ressalta Quesada.

Visita na Torre ATTO, no Amazonas
Foto: Lucciano Lima/Inpa

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O presidente da Sociedade Max Planck revelou novas possibilidades para a longevidade do projeto e sinalizou um plano de criação para uma nova divisão da instituição dentro da  Universidade de São Paulo (USP). “o ATTO é um projeto enorme e também único à sua maneira, por causa das pessoas maravilhosas envolvidas. E eu realmente quero agradecer a todos. Queremos estabelecer nossos centros junto em São Paulo. Há algo que poderia começar já no início do próximo ano. Então esse é o presente que temos: mais cooperação, não nos isolarmos, como muitos governos gostam de fazer. Somos internacionais, temos a mente aberta e queremos ajudar a salvar este planeta”, revelou Cramer.

A visita à torre ATTO, ocorrida em outubro, marcou o primeiro contato de Cramer à frente da presidência da Sociedade Max Planck com o sítio científico do projeto. No dia seguinte, o grupo se reuniu na sede do Inpa, em Manaus, reafirmando os laços de cooperação científica bilateral. Na oportunidade, a delegação visitou ainda o Bosque da Ciência e a sede do Grupo de Pesquisa Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (GP Maua), grupo que mantém colaboração com a Sociedade Max Planck desde a década de 1960.

Sobre o projeto ATTO

Inaugurada em 2015, a torre ATTO é uma das torres mais modernas do mundo para estudos da química, física e biologia da atmosfera.

Leia também: ATTO: com 325 metros, torre de observação na Amazônia ultrapassa a Torre Eiffel

O sítio de pesquisa do projeto inclui mais duas torres de 80 metros, 18 contêineres equipados com instrumentos de ponta para medição de diversas propriedades científicas e laboratórios, além de acampamentos com dormitórios e refeitório.

A área do sítio está dentro de uma unidade de conservação composta de 20 comunidades e aproximadamente 250 famílias.

*Com informações do Inpa

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