Símbolos cívicos, os hinos retratam determinados fatos históricos e culturais dos Estados brasileiros.
Por definição, um hino estadual tem o mesmo objetivo do hino nacional como símbolo cívico, ele retrata determinados fatos de sua história e cultura. Cada Estado brasileiro possui o seu próprio hino, oficializado em momentos diferentes da história do País.
Eles são ensinados nas escolas como forma de valorização cultural, mas você lembra a letra completa do hino do seu Estado? O Portal Amazônia reuniu os hinos dos Estados que fazem parte da Amazônia Legal com um resumo sobre suas criações. Confira:
Hino do Acre
O hino acreano foi composto pelo médico e poeta Francisco Cavalcanti Mangabeira (1879-1904), em 1903, enquanto ele prestava serviços médicos ao exército em Capatará. Já a música foi criação de Mozart Donizetti Gondim, músico cearense. O hino ressalta belezas naturais do Estado e suas conquistas.
“Que este sol a brilhar soberano
Sobre as matas que o vêem com amor
Encha o peito de cada acreano
De nobreza, constância e valor…
Invencíveis e grandes na guerra
Possuímos um bem conquistado
Nobremente de armas na mão
Se o afrontarem de cada soldado
Surgirá de repente um leão.
Liberdade – é o querido tesouro
Imitemos o exemplo sem par
Do amplo rio que briga com a terra
Vence-a e entra brigando com o mar.
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis.
Triunfantes da luta voltando
Temos n’alma os encantos do céu
E na fronte serena e radiante
Imortal e sagrado troféu.
O Brasil a exultar acompanha
Nossos passos, portanto é subir,
Que da glória a divina montanha
Tem no cimo o arrebol do porvir.
Que depois do lutar nos seduz
Tal o rio que rola, o sol de ouro
Lança um manto sublime de luz.
Vamos ter como prêmio de guerra
Um consolo que as penas desfaz,
Vendo as flores do amor sobre a terra
E no céu o arco-íris da paz.
As esposas e mães carinhosas
A esperar-nos nos lares fiéis
Atapetam a porta de rosas
E cantando entretecem lauréis.
Mas se audaz estrangeiro algum dia
Nossos brios de novo ofender,
Lutaremos com a mesma energia
Sem recuar, sem cair, sem tremer.
E ergueremos, então, destas zonas,
Um tal canto vibrante e viril
Que será como a voz do Amazonas
Ecoando por todo o Brasil”
Hino do Amapá
Criada pouco depois da criação do Território Federal na década de 1940 e adotada como hino oficial do novo Estado em 23 de abril de 1984, a ‘Canção do Amapá’ teve a letra composta por Joaquim Gomes Diniz, que exaltou o patriotismo da época. A letra ganhou arranjos do Mestre Oscar Santos.
“Eia! Povo destemido
Deste rincão brasileiro
Seja sempre o teu grito partido
De leal coração altaneiro!
Salve o rico torrão do Amapá
Solo fértil de imensos tesouros
Os teus filhos alegres confiam
Num futuro repleto de louros!
Se o momento chegar algum dia
De morrer pelo nosso Brasil
Hei de ver deste povo à porfia
Pelejar neste céu cor de anil!
Eia! Povo herói, varonil
Descendente da raça guerreira
Ergue forte, leal, sobranceira
A grandeza do nosso Brasil!”
Hino do Amazonas
Instituído pela Lei nº1404 no dia 1 de setembro de 1980, o Hino do Amazonas foi resultado de um concurso público. A melodia ficou sob a responsabilidade do maestro amazonense Cláudio Santoro, enquanto a letra foi escrita pelo poeta acreano Jorge Tufic Alaúzo, que carregava o Estado amazonense no coração. A canção fala sobre liberdade e o orgulho de um povo que se doa e sonha.
“Nas paragens da história o passado
é de guerras, pesar e alegria,
é vitória pousando suas asas
sobre o verde da paz que nos guia.
Assim foi que nos tempos escuros
da conquista apoiada ao canhão,
nossos povos plantaram seu berço,
homens livres, na planta do chão.
Amazonas, de bravos que doam,
sem orgulho nem falsa nobreza,
aos que sonham, teu canto de lenda,
aos que lutam, mais vida e riqueza.
Hoje o tempo se faz claridade,
só triunfa a esperança que luta,
não há mais o mistério e das matas
um rumor de alvorada se escuta.
A palavra em ação se transforma
e a bandeira que nasce do povo
liberdade há de ter no seu pano,
os grilhões destruindo de novo.
Amazonas, de bravos que doam,
sem orgulho nem falsa nobreza,
aos que sonham, teu canto de lenda,
aos que lutam, mais vida e riqueza.
Tão radioso amanhece o futuro
nestes rios de pranto selvagem,
que os tambores da glória despertam
ao clarão de uma eterna paisagem.
Mas viver é destino dos fortes,
nos ensina, lutando, a floresta,
pela vida que vibra em seus ramos,
pelas aves, suas cores, sua festa.
Amazonas, de bravos que doam,
sem orgulho nem falsa nobreza,
aos que sonham, teu canto de lenda,
aos que lutam, mas vida e riqueza”
Hino do Maranhão
O hino do Maranhão foi criado pela Lei nº 167562 de 30 de março de 1911, sancionada pelo então governador Luís Antônio Domingues da Silva. É da autoria do maestro Antônio Carlos dos Reis Rayol com letra composta pelo professor Antônio Batista Barbosa de Godóis. Retrata os heróis nascidos no Estado e a conquista da liberdade.
“Entre o rumor das selvas seculares
Ouviste um dia no espaço azul, vibrando
O troar das bombardas nos combates
Após, um hino festival, soando
O troar das bombardas nos combates
Após, um hino festival, soando
Após, um hino festival, soando
Salve Pátria, Pátria amada!
Maranhão, Maranhão, berço de heróis
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por nume, nossos avós
Era a guerra, a vitória, a morte e a vida
E, com a vitória, é a glória entrelaçada
Caía do invasor a audácia estranha
Surgia do direito a luz dourada
Caía do invasor a audácia estranha
Surgia do direito a luz dourada
Surgia do direito a luz dourada
Salve Pátria, Pátria amada!
Maranhão, Maranhão, berço de heróis
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por nume, nossos avós
Reprimiste o flamengo aventureiro
E o forçaste a no mar buscar guarida
E dois séculos depois, disseste ao luso
A liberdade é o Sol que nos dá vida
E dois séculos depois, disseste ao luso
A liberdade é o Sol que nos dá vida
A liberdade é o Sol que nos dá vida
Salve Pátria, Pátria amada!
Maranhão, Maranhão, berço de heróis
Por divisa, tens a glória
Por nome, nossos avós
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por nume, nossos avós
Quando às irmãs os braços estendeste
Foi com a glória a fulgir do teu semblante
Sempre envolta na tua luz celeste
Pátria de heróis, tens caminhado avante
Sempre envolta na tua luz celeste
Pátria de heróis, tens caminhado avante
Pátria de heróis, tens caminhado avante
Salve Pátria, Pátria amada!
Maranhão, Maranhão, berço de heróis
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por nume, nossos avós
E na estrada esplendente do futuro
Fitas o olhar, altiva e sobranceira
Dê-te o porvir as glórias do passado
Seja de glória tua existência inteira
Dê-te o porvir as glórias do passado
Seja de glória tua existência inteira
Seja de glória tua existência inteira
Salve Pátria, Pátria amada!
Maranhão, Maranhão, berço de heróis
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por divisa, tens a glória
Por nume, nossos avós
Por nume, nossos avós”
Hino do Mato Grosso
O hino de Mato Grosso foi oficializado apenas 60 anos após a primeira apresentação pública, em 1919. Foi uma das principais obras de Dom Francisco de Aquino Corrêa, mas só foi reconhecido oficialmente por meio de decreto estadual em 1983. A música é de Emilio Heine. Historicamente há um laço com as duas cidades citadas na música que não pertencem mais ao território mato-grossense, por isso optaram por permanecer com a letra citando-as.
“Limitando, qual novo colosso,
O Ocidente do imenso Brasil,
Eis aqui, sempre em flor, Mato Grosso,
Nosso berço glorioso e gentil!
Eis a terra das minas faiscantes,
Eldorado como outros não há,
Que o valor de imortais bandeirantes
Conquistou ao feroz Paiaguá!
Salve, terra de amor,
Terra de ouro,
Que sonhara Moreira Cabral!
Chova o céu
Dos seus dons o tesouro
Sobre ti, bela terra natal!
Terra noiva do Sol, linda terra
A quem lá, do teu céu todo azul,
Beija, ardente, o astro louro na serra,
E abençoa o Cruzeiros do Sul!
No teu verde planalto escampado,
E nos teus pantanais como o mar,
Vive, solto, aos milhões, o teu gado,
Em mimosas pastagens sem par!
Salve, terra de amor,
Terra de ouro,
Que sonhara Moreira Cabral!
Chova o céu
Dos seus dons o tesouro
Sobre ti, bela terra natal!
Hévea fina, erva-mate preciosa,
Palmas mil são teus ricos florões;
E da fauna e da flora o índio goza
A opulência em teus virgens sertões!
O diamante sorri nas grupiaras
Dos teus rios que jorram, a flux.
A hulha branca das águas tão claras,
Em cascatas de força e de luz!
Salve, terra de amor,
Terra de ouro,
Que sonhara Moreira Cabral!
Chova o céu
Dos seus dons o tesouro
Sobre ti, bela terra natal!
Dos teus bravos a glória se expande
De Dourados até Corumbá;
O ouro deu-te renome tão grande,
Porém mais nosso amor te dará!
Ouve, pois, nossas juras solenes
De fazermos, em paz e união,
Teu progresso imortal como a fênix
Que ainda timbra o teu nobre brasão!
Salve, terra de amor,
Terra de ouro,
Que sonhara Moreira Cabral!
Chova o céu
Dos seus dons o tesouro
Sobre ti, bela terra natal!”
Hino do Pará
Segundo alguns pesquisadores, o Hino ao Pará surgiu em época anterior ao ano de 1915 e não tinha caráter ou sentido oficial, desconhecendo-se qualquer ato que tenha oficializado naquela oportunidade. Cantado pelos alunos do “Colégio Progresso Paraense”, foi publicado em 1895, na página 5 dos “Annaes do Colégio Progresso Paraense”, edição comemorativa do tricentenário da fundação de Belém.
Tornou-se oficial por meio da Emenda Constitucional nº 1, de 29 de outubro de 1969. A letra é de Artur Teódulo Santos Porto, um poema de exaltação ao Estado, suas belezas naturais e o heroísmo de seu povo. A música é de autoria de Nicolino Milano, violonista, compositor e regente brasileiro, nascido em Lorena (SP).
“Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador !
Teu destino é viver entre festas,
Do progresso, da paz e do amor!
Salve, ó terra de ricas florestas,
Fecundadas ao sol do equador!
Estribilho
Pará, quanto orgulha ser filho,
De um colosso, tão belo, e tão forte;
Juncaremos de flores teu trilho,
Do Brasil, sentinela do Norte.
E a deixar de manter esse brilho,
Preferimos, mil vezes, a morte!
Salve, ó terra de rios gigantes,
D’Amazônia, princesa louçã!
Tudo em ti são encantos vibrantes,
Desde a indústria à rudeza pagã,
Salve, ó terra de rios gigantes,
D’Amazônia, princesa louçã !”
Hino de Rondônia
O hino de Rondônia chama-se ‘Céus de Rondônia’, um poema de Joaquim de Araújo Lima com música de José de Mello e Silva. Foi instituído como hino oficial em 1981, no ano de criação do Estado. A canção também ressalta a beleza natural e o orgulho de ser brasileiro.
Leia mais: Confira a história do hino de Porto Velho
“Quando nosso céu se faz moldura
Para engalanar a natureza
Nós, os bandeirantes de Rondônia,
Nos orgulharmos de tanta beleza.
Como sentinelas avançadas,
Somos destemidos pioneiros
Que nestas paragens do poente
Gritam com força: somos Brasileiros!
Nestas fronteiras, de nossa pátria,
Rondônia trabalha febrilmente
Nas oficinas e nas escolas
A orquestração empolga toda gente;
Braços e mentes forjam cantando
A apoteose deste rincão
Que com orgulho exaltaremos,
Enquanto nos palpita o coração
Azul, nosso céu é sempre azul –
Que Deus o mantenha sem rival,
Cristalino muito puro
E o conserve sempre assim.
Aqui toda vida se engalana
De beleza tropical,
Nossos lagos, nossos rios
Nossas matas, tudo enfim…”
Hino de Roraima
O hino oficial de Roraima foi escolhido por meio de um concurso público em 1996. A letra foi escrita pelo poeta roraimense Dorval Magalhães em uma expressão de amor de seu povo pelo Estado, que é a união federativa mais nova do Brasil. A música é do maestro piauiense Dirson Felix Costa.
“Todos nós exaltamos Roraima
Que é uma terra de gente viril
É benesse das mãos de Jesus
Para um povo feliz, varonil
Amazônia do Norte da Pátria!
Mais bandeira para o nosso Brasil
Caminhamos sorrindo, altaneiros
Almejamos ser bons brasileiros
Nós queremos te ver poderoso
Lindo berço, rincão Pacaraima!
Teu destino será glorioso
Nós te amamos, querido Roraima!
Tua flora, o minério e a fauna
São riquezas de grande valor
Tuas águas são limpas, são puras
Tuas forças traduzem vigor
Que belezas possui nossa Terra
Sinfonia que inspira o amor
O sucesso é a meta, o farol
No lavrado banhado de Sol
Nós queremos te ver poderoso
Lindo berço, rincão Pacaraima!
Teu destino será glorioso
Nós te amamos, querido Roraima!“
Hino do Tocantins
O hino oficial do Tocantins foi instituído pela lei estadual nº 977, de 30 de abril de 1998. A letra é de Liberato Costa Póvoa e fala da luta do povo rebelde contra as oligarquias e o pedido por um futuro melhor. A música foi composta por Abiezer Alves da Rocha.
“O sonho secular já se realizou
Mais um astro brilha dos céus, aos confins
Este povo forte
Do sofrido Norte
Teve melhor sorte
Nasce o Tocantins
Levanta altaneiro, contempla o futuro
Caminha seguro, persegue teus fins
Por tua beleza, por tuas riquezas
És o Tocantins!
Do bravo Ouvidor, a saga não parou
Contra a oligarquia, o povo se voltou
Somos brava gente
Simples, mas valente
Povo consciente
Sem medo e temor
Levanta altaneiro, contempla o futuro
Caminha seguro, persegue teus fins
Por tua beleza, por tuas riquezas
És o Tocantins!
De Segurado a Siqueira, o ideal seguiu
Contra tudo e contra todos, firme e forte
Contra a tirania
Da oligarquia
O povo queria
Libertar o Norte!
Levanta altaneiro, contempla o futuro
Caminha seguro, persegue teus fins
Por tua beleza, por tuas riquezas
És o Tocantins!
Teus campos, tuas matas, tua imensidão
Teu belo Araguaia lembra o paraíso
Tua rica história
Guardo na memória
Pela tua Glória
Morro, se preciso!
Levanta altaneiro, contempla o futuro
Caminha seguro, persegue teus fins
Por tua beleza, por tuas riquezas
És o Tocantins!
Pulsa no peito o orgulho da luta de Palmas
Feita com a alma que a beleza irradia
Vejo tua gente
Tua alma xerente
Teu povo valente
Que venceu um dia!
Levanta altaneiro, contempla o futuro
Caminha seguro, persegue teus fins
Por tua beleza, por tuas riquezas
És o Tocantins!”