Politica não é só para político: especialista responde cinco perguntas sobre o tema

Cientista político responde questões sobre a importância do engajamento da população no dia a dia

Falar de política pode e deve ser tão bom quanto fazer o seu hobby preferido. Por isso, o Portal Amazonia conversou com o cientista político e sociólogo, Calos Santiago, para analisar a forma como o brasileiro enxerga a política, e esclarece que política não é só de político partidário e, sim um dever de todos.

Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia

Portal Amazonia: O que falta para as pessoas entenderam que a política está no dia a dia de todos?

Carlos Santiago: A política está em todos os lugares, na vida das pessoas que moram de forma coletiva. E a participação política na coletividade e nas eleições são importantes porque isso amadurece o eleitor, além de ser um motivo importante para que a sociedade reflita sobre os caminhos de melhores politicas publicas. É a política que define o melhor modelo de segurança publica, saude, transporte coletivo, dentre outros.

Portal Amazonia: o brasileiro é pouco engajado politicamente? E quais são os efeitos na falta de engajamento da população na política?

Carlos Santiago: O eleitor é pouco engajado politicamente. Não só no ponto de vista de filiação partidária, mas também na sociedade. Você não vê, por exemplo, uma grande quantidade de brasileiros envolvidos na politica do dia a dia, além de poucos professores engajando os alunos e os próprios alunos pouco se interessando por politica. O envolvimento é baixa e no cotidiano, idem. E os efeitos são muitos, principalmente a apatia da população com a classe politica, que também parece que não quer a população tão engajada.

Portal Amazonia: Decidir não agir politicamente também é uma forma de se posicionar? O quanto a passividade de parte da população atrapalha a democracia?

Carlos Santiago: A omissão também é uma forma de se expressar na policia e é uma pena que muitos brasileiros tem se omitido em relação aos fatos que estão acontecendo no Brasil, em especial na cidade. É preciso entender que o ser humano é um ser de necessidade. Precisa de comida, de bebida e precisa viver coletivamente e, quando isso acontece, a política acontece. Mesmo que parte da população se omita, essa mesma parte age politicamente.

Portal Amazonia: Com que idade a gente começa a ter conscientização politica? Qual papel das escolas neste processo?

Carlos Santiago: É uma pena que as escolas se negam a discutir política como um fenômeno social e coletivo. As instituições religiosas, as associações de moradores e em condomínios, em casa. Conviver em sociedade significa conviver o tempo todo discutindo soluções para o bem comum. A consciência politica surge a partir de uma reflexão que independe da idade muitas das vezes. E entender que suas decisões tem impacto direto no convívio do outro.

Portal Amazonia: nossas decisões são politicas de alguma forma. Como a população pode aplicar a politica no dia a dia?

Carlos Santiago: O cidadão na política é importante porque sem a ação do individuo as coisas não melhoraram. Não tem que ser só consumidor de um produto, por exemplo, é preciso ser aquele que reclama, que questiona. Não tem que ser só um usuário do transporte coletivo, tem que ser exigente. A politica da omissão não faz bem ao coletivo, então é importante estar engajado e cobrar. Não só da politica partidária, mas ser critico.

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