Apesar de ser um animal extremamente pequeno, um dos fatores que contribuiu para que a espécie fosse encontrada foi pelo barulho. Um “bip-bip-bip” alto e vindo do subsolo atraiu os cientistas.
Mede menos de dois centímetros, vive no subsolo, possui a cor marrom e tem o nariz parecidos com o de uma anta: esse é o sapo-anta, também conhecido como sapo-chocolate (Sunapturanus danta), que vive na Comunidad Nativa Tres Esquinas, na Amazônia peruana.
Apesar de já serem comuns para quem mora na região ou para guias locais, os sapos foram descritos cientificamente pela primeira vez faz pouco tempo. O nome popular foi dado pelos nativos do local, devido ao fato de seu focinho ser idêntico ao nariz de uma anta.
O Portal Amazônia reuniu algumas particularidades desse animal e a importância de ter sido descrito. Confira:
A descoberta
Sabe-se que a Amazônia como um todo é cercada de animais ainda não detectados pela ciência. Esta espécie foi difícil de ser descrita devido ao fato de serem extremamente pequenos e vivem nos subsolos.
O formato do sapo-chocolate e aparência geral estão adaptados ao solo macio das turfeiras – áreas úmidas cobertas com relva rica em nutrientes feita de matéria em decomposição.
Durante uma expedição, a equipe de cientistas que participou da descoberta levou dias até conseguir encontrar espécimes dos sapos e gravar seus chamados. Após a coleta de dados, houve a confirmação de uma nova espécie. Synapturanus é o nome do gênero a qual pertencem e danta é o espanhol para anta.
A descrição do animal foi feita na revista científica Evolutionary Systematics. Confira aqui.
Pequeno e barulhento
Apesar de ser um animal extremamente pequeno, um dos fatores que contribuiu para que a espécie fosse encontrada foi pelo barulho. Um “bip-bip-bip” alto e vindo do subsolo atraiu os cientistas.
Vale ressaltar que toda a vida da espécie acontece praticamente debaixo da terra. Eles se abrigam lá, comem e põe seus ovos no subterrâneo e, nesse processo, contribuem para a ciclagem de nutrientes do solo, importante para manter a saúde do ecossistema.
Importante lembrar que a espécie já era conhecida pelos moradores locais, mas por falta de estudos acerca do mesmo, não havia como saber se era uma nova espécie.
Inventário
O estudo faz parte de um inventário liderado por cientistas do Field Museum, um programa no qual biólogos e cientistas sociais passam algumas semanas na Amazônia para aprender quais espécies vivem lá, como a comunidade local administra a terra, e como podem ajudar a preservar a área.