Conheça o ritual das cabeças mumificadas dos Shuar, povo indígena do Equador e do Peru

As tsantsas, como eram chamadas as cabeças pequenas, tinham um papel crucial na cultura Shuar, principalmente em contextos de guerra.

Foto: Reprodução/Museu Nacional UFRJ

Os Shuar, também conhecidos como Jivaro, são um povo indígena da região amazônica que habita territórios do Equador e do Peru. Um dos aspectos mais intrigantes de sua cultura foi a prática da confecção de cabeças encolhidas, conhecidas como tsantsas.

Esse ritual, realizado com propósitos espirituais e sociais, foi amplamente documentado e despertou o interesse de cientistas e colecionadores, principalmente entre os séculos XIX e XX.

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A técnica desenvolvida pelos Shuar para a redução e preservação de cabeças humanas era complexa e envolvia vários passos. Primeiramente, a pele da cabeça era separada do crânio, preservando os cabelos e os traços faciais. Em seguida, a pele era submetida a um processo de secagem e defumação, utilizando ervas e substâncias vegetais para evitar a decomposição. O resultado final era uma cabeça reduzida, mas com os traços reconhecíveis.

As tsantsas tinham um papel crucial na cultura Shuar. Eram produzidas principalmente em contextos de guerra e serviam para aprisionar o espírito do inimigo, impedindo que ele buscasse vingança contra seus algozes. Também representavam status e poder dentro da comunidade, sendo consideradas troféus de batalha.

Foto: Reprodução/Museu Mutter

Com o avanço da colonização europeia e o interesse ocidental por artefatos exóticos, muitas dessas cabeças foram adquiridas por museus e colecionadores.

A demanda crescente fez com que algumas comunidades produzissem tsantsas falsificadas para vendê-las a comerciantes estrangeiros.

No entanto, nas décadas de 1950 e 1960, os governos do Equador e do Peru, respectivamente, proibiram a prática, levando à progressiva extinção do ritual.

*Com informações do Museu Nacional da UFRJ

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