Portal Amazônia responde: qual a porcentagem que os países da Amazônia Internacional possuem do bioma?

Ao todo, nove países abrigam o bioma amazônico, mas o percentual presente em cada um é bem diferente.

Com cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia Internacional consiste em um termo que abrange todos os países que possuem em sua extensão o bioma Amazônia. O termo – que já foi explicado aqui no Portal Amazônia – é definido como um conjunto de ecorregiões, fauna, flora e dinâmicas ecológicas similares.

Ao todo, nove países integram esse sistema. Contudo, o percentual presente de Amazônia em cada um desses países é diferente. Confira quais os países e quanto do bioma está presente em cada um:

Bolívia 

A Bolívia abriga 8,4% do território amazônico, o que constitui 43% do território nacional. A cobertura florestal inclui os departamentos de Pando, Beni, Cochabamba, Santa Cruz e La Paz, num total de 88 municípios.

De acordo com informações fornecidas pelas seis jurisdições eclesiais da Amazônia boliviana, a área é povoada por 1.266.379 habitantes: povos indígenas, camponeses, interculturais (colonos) e afrodescendentes. 

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Brasil

No Brasil, que responde por 61,9% do território amazônico, existem duas denominações: Amazônia brasileira e Amazônia legal. A segunda existe desde 1953, quando foi determinada pela publicação da Lei nº 1.806/53.

A área foi determinada pelo governo em razão de questões econômicas, políticas e sociais compartilhadas por nove Estados do país: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A Amazônia legal abrange 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios. Representa 67% das florestas tropicais do mundo. Se fosse um país, a Amazônia Legal seria o 6º maior do mundo em extensão territorial. Um terço das árvores do mundo estão na região, além de 20% das águas doces. 

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Colômbia

Na Colômbia, que responde por 6% do território amazônico, o bioma compreende 42% do território nacional e é a área menos povoada do país. Durante as décadas de 1950 a 1970, a ocupação se incrementou com a penetração de fluxos migratórios em regiões indígenas, visando a instalação de um modelo de desenvolvimento baseado na atividade petrolífera.

Atualmente, a maioria da população reside nos departamentos de Caquetá, Putumayo, Guavire e Amazonas. A área sofre um acelerado processo de desflorestamento para a criação de novos assentamentos e cultivos ilícitos (coca e marijuana).

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Equador

No Equador, que responde por apenas 1,6% do território amazônico, a área bioma corresponde a 120.000 km² (48% do território nacional) e compreende as províncias de Sucumbíos, Orellana, Napo, Pastaza, Morona e Zamora.

Ali vivem aproximadamente 5% da população equatoriana, cerca de 740 mil habitantes. É importante considerar também a existência de povos que se mantêm voluntariamente sem contatos com a sociedade, como os Tagaeri, Taromenane e Oñamenane, estabelecidos nas províncias de Orellana e Pastaza.

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Guiana

A Guiana, que responde por apenas 2,5% da Amazônia, é situada na costa norte da América do Sul e o bioma amazônico cobre quase 75% do total do território nacional, de 214.970 km².

Nela vivem 9 povos originários reconhecidos que conservam seus próprios dialetos: akawaio, arekuna, kariña, lokono, makushi, patamona, waiwai, wapishana e warau.

A mineração, com destaque na extração de diamantes, ouro e bauxita, é uma atividade econômica muito importante para o país e isso causa um impacto negativo sobre os povos originários. 

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Guiana Francesa

A Guiana Francesa, que responde por apenas 1% do território amazônico, é um departamento francês de ultramar e como tal forma parte da União Europeia. 

Cerca de 90% da sua superfície é considerada selva equatorial, onde o principal meio de acesso é a via fluvial. A população é de aproximadamente 295.000 habitantes e sua maioria vive no litoral. 

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Peru

O Peru, que abrange 11,4% da Amazônia Internacional é o segundo país em que a Amazônia mais está presente, depois do Brasil. A Amazônia peruana compreende uma área de 782,880.55 km² ao leste da Cordilheira dos Andes. Um dos territórios com maior biodiversidade e endemismos do planeta, cobre duas regiões naturais: selva alta e a selva baixa, ocupando mais de 60% do território peruano.

Descendentes de mais de 51 povos indígenas vivem ali em harmonia com o meio ambiente. Há ainda um grande número de povos indígenas em estado de isolamento. 

A poluição ambiental, extração ilegal de madeira, depredação da fauna, biopirataria e desertificação, além da exploração petrolífera assolam a selva peruana e seus impactos negativos têm como efeitos a degradação dos recursos naturais e a diminuição crítica das condições de vida da população.

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Suriname

O Suriname corresponde à 1,7% do território da Amazônia. Ex-colônia holandesa, o Suriname faz fronteira com a Guiana Francesa a leste, com o Brasil ao sul e com a Guiana a oeste.

Seus 558 mil habitantes representam a mais rica diversidade étnica da América do Sul. A maioria da população é descendente de escravos africanos e trabalhadores contratados indianos e javaneses trazidos pelos holandeses para trabalhar na agricultura, e esta mistura étnica se evidencia também nas crenças religiosas do povo.

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia

Venezuela

A Venezuela abrange 5,6% do território amazônico, que ocupa principalmente os dois estados mais extensos do país: Bolivar e Amazonas, que com o estado de Delta Amacuro, no noroeste do país e uma pequena porção do estado no sudoeste, somam 458.345 km², conformando 50% do território nacional.

Esta região amazônica tem baixa densidade populacional (cerca de 20 habitantes/km²), representando apenas 8,5% da população total, que é de aproximadamente 32 milhões, porém é onde habitam 24 povos nativos do total existente no país.

Arte: Lucas Reis Chaves/Portal Amazônia
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