Professora peruana promove iniciativa que salva tartarugas em Ucayali

Junto com seus alunos, Nataly Concha trabalha pela proteção do meio ambiente e da flora e fauna. Projeto 'Taricalovers' salvou mais de 400 taricayas (tartarugas) na selva de Pucallpa.

Graças à iniciativa de uma professora e seus alunos das Escolas Innova da cidade de Pucallpa (região de Ucayali), no Peru, as taricayas (tartarugas nativas da selva peruana) estarão mais protegidas pelo cuidado e acompanhamento realizado pelos jovens estudantes que se preocupam com a flora e a fauna da Amazônia peruana.

Nataly Concha Muñoz, professora nascida em Jauja (região de Junín), tornou-se uma figura chave na educação e na conservação ambiental. Como professora de ciências nas Escolas Innova, Nataly transmite conhecimentos acadêmicos e inspira seus alunos a proteger o meio ambiente através do programa ‘Taricalovers‘.

Foto: Reprodução/Agência Andina

“Eu sou de Jauja. Quando cheguei a Pucallpa, em 2022, fiquei muito curiosa sobre a Amazônia. Os alunos falaram sobre como existiam tartarugas gigantes e agora não existem mais. Os jovens comentaram sobre os problemas ambientais que sua cidade enfrenta. A partir daí propusemos uma alternativa para resolver esta crise e nasceu o ‘Taricalovers‘”, comenta a educadora.

O projeto, desenvolvido em colaboração com o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (Sernanp) e o Instituto Nacional de Inovação Agrária (INIA), é dedicado à proteção da taricaya, espécie em perigo de extinção na Amazônia.

Nataly e seus alunos lançaram com sucesso 411 taricayas nos primeiros dois anos (2022 e 2023). Além disso, envolveram mais de 140 alunos e famílias, colaborando com três comunidades nativas. Este esforço não só educa sobre a importância da biodiversidade, mas também promove um sentido de responsabilidade e cuidado com o ambiente natural entre os jovens.

“Os ovos de taricaya nos são entregues pela Sernanp, nós os nidificamos e as crianças recebem instruções dos especialistas. Depois tomamos especial cuidado para que vespas e outras ameaças não entrem nos ninhos”, disse a professora.

“Da mesma forma, medimos a temperatura e a umidade para que as condições sejam semelhantes às das praias naturais e também realizamos monitoramentos todos os dias, três vezes ao dia, para fazer medições e observações caso surja uma ameaça às taricayas”, acrescentou.

Essa paixão pelo ensino se reflete no entusiasmo dos alunos, que, inspirados pelo ambiente amazônico que os rodeia, participam ativamente do projeto.

“Os alunos têm muito amor pela natureza. O fato de terem nascido na Amazônia faz com que eles amem muito o meio ambiente. Eles estão entusiasmados em participar deste projeto e contribuir com suas próprias ideias. Eles querem ser protagonistas de seu próprio aprendizado”, diz a professora.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Além disso, segundo Nataly, novos projetos estão sendo desenvolvidos como biojardins com plantas medicinais e novas tecnologias de fertilizantes. “Tudo com o propósito de sustentabilidade e conservação ambiental”, afirmou.

Bióloga e educadora, Nataly Concha vê seu trabalho como uma vocação para servir a sociedade, transmitindo aos seus alunos o conhecimento acadêmico e os profundos valores da conservação ambiental e da responsabilidade social.

*Com informações da Agência Andina

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