Saiba onde fica a reserva natural que recebe apenas 30 visitantes por dia na Amazônia

Descubra a diversidade de flora e fauna, assim como as experiências que esta área natural oferece aos turistas na Amazônia Internacional.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Entre as muitas áreas naturais protegidas adequadas para o turismo no Peru, uma reserva se destaca por receber apenas 30 visitantes por dia, minimizando o impacto em seu frágil ecossistema e biodiversidade. O que é essa área e onde está localizada? Qual a diversidade de flora e fauna que pode ser observada e quais serviços ela oferece aos turistas? Que tipos de turismo podem ser praticados ali?

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A área natural é a Reserva Ecológica de Tingana, localizada a 812 metros acima do nível do mar, na província de Moyobamba, departamento de San Martín. É considerada a zona úmida mais alta da floresta tropical peruana e abriga uma grande diversidade de espécies selvagens de fauna e flora, muitas delas vulneráveis ​​ou em perigo de extinção.

A Reserva Ecológica de Tingana abrange 1.737,73 hectares de floresta natural temporariamente inundada, que faz parte da Zona de Proteção e Conservação Ecológica do Pantanal de Alto Mayo, registrada no Registro Público de Moyobamba. Caracteriza-se por sua população abundante e predominante de palmeiras-d’água e palmeiras-renaco.

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Origem do nome Tingana

O nome Tingana vem das árvores abundantes nesta área, que os moradores chamam de Choloques, cujo fruto é pequeno, preto, redondo e não comestível devido à sua consistência dura. Por esse motivo, este fruto é usado pelas crianças para brincar de bolinha de gude, e este jogo, em que as bolinhas são batidas uma na outra, é chamado de tingar

As avós das comunidades costumam dizer aos netos quando os veem brincando com essas bolinhas: “tinga com ganas” (tinga de desejo) e com o tempo essa expressão foi reduzida à palavra Tingana, com a qual a reserva ecológica foi batizada.

Características

A Reserva Ecológica Tingana é uma floresta primária ou sem intervenção humana, temporariamente inundada, formada pelas chuvas constantes e pelo ecossistema de aguajales e renacales que geram afloramentos hídricos ao longo do Rio Avisado, até sua foz no Rio Mayo. 

A área é administrada e protegida pela Associação de Conservação de Alto Mayo Aguajales e Renacales (Adecaram). De acordo com o Relatório Técnico sobre Estudos de Flora e Fauna na Concessão de Conservação de Tingana, parte do Projeto Especial Alto Mayo, este ecossistema de palmeiras é único na bacia amazônica peruana.

Biodiversidade fascinante

Foto: Reprodução/Agência Andina

A vida selvagem da Reserva Ecológica Tingana conta com mamíferos como o macaco-de-bico-fino, o macaco-tocón, o macaco-pichico, o macaco-preto e o macaco-omeco, além da ariranha, do quati, do tamanduá, do macaco-majaz e do macaco-añuje.

Aves como tucanos, martim-pescadores, garças, tarahuis, águias-bico-de-flauta, manacaracos e corujas também habitam a área, assim como peixes como tilápia, mojarra, carachama, shirui e atinga, entre outros.

A flora é igualmente diversa, com samambaias, trepadeiras, orquídeas, bromélias, helicônias e aráceas, entre outras, que conferem um charme único de selva às suas paisagens.

Serviços turísticos

A aventura na Reserva Ecológica de Tingana começa no Porto de Boca de Huascayacu. O passeio começa em um barco motorizado de madeira ou metal, conhecido como peque-peque, navegando pelo Rio Mayo por 30 minutos até chegar ao Rio Avisado. Um cruzeiro de 10 minutos leva você ao Porto de Punga, ponto de acesso ao Centro de Apoio de Tingana, que conta com:

  • Recepção e restaurante (cozinha e sala de jantar).
  • Dois bangalôs de acomodação.
  • Banheiros e chuveiros ecológicos.
  • Área de canoas para passeios guiados.

A principal atividade é o passeio de canoa pelo Rio Avisado, onde guias interpretativos ajudarão você a descobrir a biodiversidade do pantanal. O passeio inclui uma parada especial na casa na árvore, um mirante de 17 metros de altura de onde se avistam os topos dos renacales (um tipo de palmeira) e, ao longe, os aguajales (um tipo de pântano).

Saiba onde fica a reserva natural tingana, que recebe apenas 30 visitantes por dia na Amazônia
Foto: Reprodução/Agência Andina

Ecoturismo

A Reserva Ecológica de Tingana também é um lugar para vivenciar a agrofloresta, com visitas a três fazendas dedicadas ao cultivo de baunilha, orquídeas, café, cacau e mel. Dependendo da estação, os viajantes podem participar da colheita de banana-da-terra, mandioca, amendoim, feijão ou milho, acompanhados por agricultores locais.

Além disso, você pode fazer passeios de pesca de canoa, aprendendo técnicas tradicionais com varas de madeira e náilon.

Reconhecimento internacional

A Reserva Ecológica de Tingana foi reconhecida como um caso de sucesso em turismo rural sustentável pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA). O reconhecimento foi publicado em “Turismo e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Boas Práticas nas Américas“, apresentado no 24º Congresso Interamericano de Ministros do Turismo, em Georgetown.

É também uma das cinco experiências de destaque da Estratégia de Turismo Comunitário do Ministério do Comércio Exterior e Turismo (Mincetur) na região de San Martín. 

Época de visitação

A Reserva Ecológica de Tingana é acessível o ano todo. No entanto, a melhor época para visitá-la é durante a estação seca, entre maio e outubro, pois proporciona uma experiência mais agradável. 

É recomendável usar capa de chuva, protetor solar, chapéu ou boné e repelente de mosquitos.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Como chegar à Reserva Ecológica Tingana?

Os turistas podem pegar um voo direto de Lima para Tarapoto, que leva aproximadamente uma hora e 20 minutos. Depois, você deve viajar por terra de Tarapoto até Moyobamba, o que leva até duas horas. Por fim, de Moyobamba, você também viaja por terra até Puerto Boca de Huascayacu, o que leva cerca de 20 minutos.

De lá, você deve navegar por 40 minutos pelos rios Mayo e Avisado para finalmente chegar à Reserva Ecológica Tigana e desfrutar deste pedaço do paraíso na Amazônia peruana.

*Com informações da Agência Andina

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