Sambaquis

 A origem da palavra sambaqui veio através do tupi, ‘tãpa’ (conchas) e ‘ki’ (amontoado), ou seja, um “amontoado de conchas”.

Foto: Barbara Pereira Vale/

Entre as primeiras moradias dos povos indígenas, estão os sambaquis, construídos com terra e conchas. Entre estudos arqueológicos envolvendo os sambaquis, foi identificado que eles podem ser encontrados em áreas costeiras, próximos às áreas de mangues, às margens de rios, interiores de baías e ilhas de várzea.

Essas moradias foram construídas por indígenas há, pelo menos, 8 mil anos. A origem da palavra sambaqui vem do tupi, ‘tãpa’ que significa conchas e ‘ki’ significa amontoado, ou seja, “amontoado de conchas”.

A margem dos rios, no litoral amazônico se encontra uma das maiores extensões de manguezais do planeta, ecossistemas suscetíveis a mudanças climáticas e ambientais. Essas áreas atraíam populações, que nessas paisagens, construíam sambaquis. Essas antigas moradias também podem ser referidas como ‘minas de sernambi’. Geralmente, apresentam formato oval, com dimensões e alturas variadas, formadas por restos do cotidiano desses povos como restos faunísticos, de plantas, objetos em cerâmica lítica e ossos.

Os sambaquis podem ser encontrados em diferentes regiões da Amazônia. No Maranhão, que faz parte da Amazônia Legal, há vários sítios, como o ‘sambaqui do Bacanga’. Também existem sambaquis em Rondônia, principalmente na região de fronteira com a Bolívia. No Pará, os sambaquis são encontrados no “litoral salgado” na costa paraense, ao longo do rio Xingu e no Baixo Amazonas.

Ao longo de tantos anos, esses sítios arqueológicos apresentam um bom estado de conservação, que se deve ao carbonato de cálcio presente nas conchas e que preserva restos de animais encontrados, como espinhas de peixe, vértebras e dentes, também nas plantas, como fragmentos de troncos de árvore, sementes e pólens, utilizadas durante a construção dos sambaquis. 

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