Constituição Federal lançada na língua Indígena Nheengatu. Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
O Nheengatu é uma língua indígena atualmente falada por cerca de 8.000 pessoas no Alto Rio Negro e uma uma das línguas co-oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas. Antes de ser proibida durante o processo de colonização, era a língua mais falada no país inteiro.
Originária do Tupi-Guarani, a língua foi criada em função de reunir os dialetos e variantes dos 50 idiomas falados pelos indígenas da região na época colonial. Todos esses idiomas faziam parte da família do Tupi-Guarani e por isso possuíam elementos em comum.
De acordo com o Mestre em história, Hosenildo Alves, a Amazônia no período colonial era “uma verdadeira torre de Babel”, e para facilitar a catequese e a evangelização os missionários, principalmente os jesuítas, criam a língua ‘Nheengatu’, no tupi ‘língua boa’, que descartava os dialetos e utilizava a gramática da língua portuguesa como referência, e que durante o período colonial foi mais falada na Amazônia do que o próprio português.
Até o século XVIII, o Nheengatu foi incentivado pela própria coroa portuguesa como a língua de conversação da região. No entanto, em 1727 ela começou a ser proibida, e com a chegada dos nordestinos à Amazônia o Nheengatu deixou de ser a principal língua, consolidando o português.
*Com informações da Babbel
