Lenda da Mulher-Árvore

Segundo a lenda, uma mulher que foi amante de um engenheiro da ferrovia e que não gostava de viver em Porto Velho, tirou a própria vida no espaço ferroviário. 

Cemitério da Candelária, início do século XX — Foto: Dana Merril

A história que envolve a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré é a da Mulher-Árvore. Segundo a lenda, uma mulher que foi amante de um engenheiro da ferrovia e que não gostava de viver em Porto Velho, tirou a própria vida no espaço ferroviário após profunda tristeza e foi enterrada no Cemitério da Candelária. Como castigo pelo pecado, o seu túmulo foi destruído por uma frondosa castanheira que, em noite de lua cheia, se misturava ao cadáver e se transformava na Mulher-Árvore.  

Os relatos dos trabalhadores da época afirmavam que em toda noite de lua cheia, a mulher retirava suas raízes e caminhava para fora do cemitério, seguindo o caminho dos trilhos. Por onde passava, era possível ouvir choro e desespero da assombração, que deixava rastro de destruição causado pela ventania da floresta.

Dizem que o primeiro a visualizar a mulher foi um vigia da ferrovia. Outros testemunharam tê-la visto andando pelos trilhos, voltando para o cemitério. E muitos atestavam que a qualquer momento ela voltaria a aparecer, principalmente para crianças que não gostavam de dormir cedo, de não fazer os deveres de casa e eram desrespeitosas com os mais velhos.

O artigo “Cruz Credo! Lendo a cidade de Porto Velho por meio de narrativa de assombração“, publicado na revista Humanidades e Inovação, explica que a lenda da Mulher-Árvore faz referência à loucura e a tristeza que tomaram conta de homens e mulheres imigrantes que vieram trabalhar na ferrovia e que não conseguiram se adaptar a vida em Porto Velho, a ponto de desaparecerem na floresta e nos rios na tentativa de voltarem para a terra natal. 

Com informação do G1 Rondônia

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