Que tal conhecer alguns animais que são a cara da Amazônia?

Dado as dimensões desse bioma, é de se esperar que ele abrigue uma alta diversidade de animais, sendo que alguns são a cara da nossa floresta

A Amazônia é o maior bioma de Floresta Tropical do mundo e compreende uma área de mais de 5 mil km2. Dado as dimensões desse bioma, é de se esperar que ele abrigue uma alta diversidade de animais, sendo que alguns são a cara da nossa floresta!

Onça-pintada (espécie Panthera onca)

A onça-pintada, espécie Panthera onca, é o maior felino das Américas, podendo chegar até 2,41 metros de comprimento (da ponta do rabo até o focinho) e pesar até 158 Kg no caso dos machos adultos, que são maiores que as fêmeas. Esses animais são reconhecidos pela pelagem característica, amarelo-dourado, coberta com pintas pretas na cabeça, pescoço e patas. Na região dos ombros, costas e na parte lateral do corpo (flancos) tem manchas com formato de rosa, com um ou dois pontos pretos no meio. Em alguns indivíduos pode ocorrer o melanismo, que é uma mutação genética que provoca a produção excessiva, concentrada e considerável de melanina, composto químico que confere coloração escura a pele ou pelo desses animais. Como resultado, os indivíduos que apresentam o melanismo têm a pelagem pretas. Mas isso não significa que esses animais sejam de outra espécie! As onças de coloração preta, conhecidas como panteras, continuam sendo onças-pintadas (Panthera onca) e inclusive apresentam as tão famosas pintas, porém essas ficam difícil de serem visualizas no meio da floresta, mas é possível ver com um pouco de ajuda da luz do sol, por exemplo.

A onça-pintada, espécie Panthera onca, um dos animais mais emblemáticos da Floresta Amazônica. Foto: WWF/AFP.

Jacaretinga (espécie Caiman crocodilus)

O jacaretinga é uma de quatro espécies de jacarés que ocorrem na Amazônia. Essa espécie pode chegar até 2,5 metros, sendo que as fêmeas são menores do que os machos, e podem pesar até 60 kg. Com relação a coloração, apresentam cor amarelada e manchas pretas sobre o corpo e cauda nos indivíduos mais jovens. Quando adultos apresentam uma coloração mais uniforme que varia de amarelo a verde oliva. Aquela cor cinza que a gente vê nos animais que estão no igarapé urbano não passa de sujeira acumulada! Se alimentam, em condições naturais, principalmente de invertebrados terrestres quando jovens, passando a consumir peixes e moluscos à medida que vão se tornando adultos. Porém em ambientes modificados, como é o caso dos igarapés urbanos, os jacarés precisam se adaptar em meio a sujeira para poder sobreviver.

Jacaretinga (Caiman crocodilus) em vista lateral tomando sol sobre um tronco de árvore. Foto: Gail Hampshire.

Anaconda (espécie Eunectes murinus)

A anaconda, ou sucuri, como também é conhecida popularmente, é a maior espécie de cobra da Amazônia, podendo chegar a até 8 metros de comprimento, mas apenas em casos raros. A média de tamanho dos animais dessa espécie é de 3 a 4 metros de comprimento. As anacondas são cobra com hábito de vida relacionado aos ambientes aquáticos, como igarapés e lagos. São animais adaptados ao ambiente aquático, e apresentam partes do corpo modificadas para isso. As narinas e os olhos, por exemplo, são mais voltados para cima na cabeça do animal, isso permite que a anaconda possa ficar totalmente submersa, só com os olhos e narinas para fora da água para quando ela estiver buscando presas, por exemplo. As anacondas podem se alimentar de peixes, aves, mamíferos variados (como capivaras e cutias) e até mesmo outros répteis, como jacarés.

A serpente anaconda, espécie Eunectes murinus. Foto: Alexandre Almeida.

Gavião-real (espécie Harpia harpyja)

O gavião-real ocorre nas florestas úmidas de países da América Central e América do Sul, como é o caso do Brasil. Esse animal habita, primariamente, extensas áreas de floresta preservada, mas pode ocorrer em fragmentos florestais próximos de áreas urbanas.É a maior ave de rapina das Américas, podendo alcançar um pouco mais de 2 metros de envergadura de asa (o tamanho de uma ponta a outra da asa) e pesar até 9 quilos, no caso das fêmeas e 5 quilos os machos. Devido ao grande porte, é conhecida pelos indígenas como Uiraçu, um termo tupi que significa “ave grande”. Para muitas tribos indígenas brasileiras, o gavião-real é a personificação dos caciques, símbolo de altivez e força, sendo representado em diferentes manifestos culturais populares. Dentre as aves de rapina, é tida como a mais forte. Isso porque o gavião-real, além de um bico imponente, é equipado com garras potentes capazes de carregar presas grandes de até ¾ de sua massa corporal.

O gavião-real é uma das aves mais emblemáticas da floresta amazônica. Foto: Guilherme Jofili.

Boto-cor-de-rosa (espécie Inia geoffrensis)

O golfinho do rio Amazonas é também conhecido como boto-vermelho, e ocorre na Amazônia, além do Brasil, nos países Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Bolívia. O boto-cor-de-rosa é o maior dos botos podendo chegar até 2,55 metros de comprimento e pesar até 207 kg. Os botos possuem um corpo que é bem robusto, mas extremamente flexível, o que aumenta a capacidade de manobra e permite que estes animais consigam se mover entre as árvores e a vegetação submersa para procurar alimento na floresta alagada, como no meio dos igapós. O boto-cor-de-rosa se mantém ativo tanto de dia como de noite e, durante o período de atividade, se alimenta basicamente de peixes. Sendo que um único animal pode comer até 11 espécies de peixes! Uma das maiores ameaças para esses animais é a caça criminosa, principalmente para servir de isca para a pesca do peixe piracatinga.

O boto-cor-de-rosa, espécie Inia geoffrensis, um dos animais que são a cara da Amazônia. Foto: Federico Mosquera / Fundação Omacha.

É isso pessoal! Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre os incríveis animais que são desse bioma tão imponente. Abraços de sucuri pra vocês e até ao próximo animal da nossa exuberante Amazônia!


O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(a) autor(a) e não reflete, necessariamente, a posição do Portal Amazônia.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Javaporcos: entenda como Roraima está atuando no controle de espécie invasora

Nos últimos anos, uma grande quantidade de javaporcos tem se espalhado por Roraima, especialmente na região central do Estado.

Leia também

Publicidade