O trabalho precarizado no Brasil é um desafio complexo que requer atenção contínua.
Trabalho precarizado é uma realidade preocupante no Brasil. Muitos trabalhadores enfrentam condições de emprego mal remunerado, inseguro e desprotegido. Isso ocorre principalmente devido a fatores como a globalização, mudanças tecnológicas e crises econômicas.
A precariedade do emprego varia por região. Estados do Norte e Nordeste têm taxas ainda mais altas de informalidade, chegando a quase 60% no Pará segundo dados do ano passado. Isso está relacionado ao desempenho econômico dessas regiões e à falta de indústrias e empregos formais.
A taxa de desocupação no Brasil diminuiu para 7,6% no trimestre encerrado em janeiro de 2024, o nível mais baixo desde 2015, conforme divulgado pelo IBGE. A estabilidade do desemprego em comparação ao trimestre anterior e a elevação para 100,6 milhões de trabalhadores ocupados refletem um crescimento no mercado de trabalho. No entanto, é importante destacar que os migrantes frequentemente se encontram em posições de trabalho mais precárias, o que não só afeta suas condições de trabalho mas também tem implicações significativas para a saúde. O setor informal, que abriga uma grande parcela desses trabalhadores, manteve-se estável, representando 39% da força de trabalho, ou 39,2 milhões de pessoas. A precarização do trabalho entre os migrantes, portanto, constitui um desafio persistente, impactando diretamente a saúde e o bem-estar dessa população. Além disso, o aumento no número de empregados com carteira assinada e o crescimento do rendimento real dos trabalhadores são indicadores positivos, mas não necessariamente refletem a realidade de todos os segmentos da população, especialmente os migrantes enfrentando condições de trabalho precárias.
Os resultados de uma dissertação do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia da UFAM, com apoio da FAPEAM, revelam os impactos do trabalho precarizado na saúde dos migrantes venezuelanos em Manaus. Utilizando uma metodologia de análise de regressão logística com uma amostra de 94 migrantes.
A regressão logística é utilizada para estimar a probabilidade de um determinado evento ocorrer, baseando-se nas condições presentes. No estudo em questão, ela ajuda a estimar a probabilidade de os migrantes experimentarem impactos negativos em sua saúde devido a condições precárias de trabalho. Permite analisar a relação entre uma variável dependente binária (por exemplo, impacto na saúde: sim ou não) e uma ou mais variáveis independentes (como remuneração, jornadas de trabalho, acesso a benefícios previdenciários, etc.). Isso ajuda a entender como diferentes condições de trabalho influenciam a saúde dos migrantes.
Em Manaus, a chegada diária de migrantes venezuelanos em busca de melhores condições de vida destaca a luta contra as adversidades enfrentadas em sua terra natal. Este estudo, ao explorar a intersecção entre trabalho precarizado e saúde, ilumina as complexidades enfrentadas por essa comunidade. A análise revela um quadro preocupante: a prevalência de condições de trabalho inadequadas e seu impacto direto sobre a saúde dos migrantes.
Com a colaboração de:
Prof. Dr, Yunier Sarmiento Ramírez possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade do Estado do Amazonas, mestrado em Gestão de Empresas pela Universidad de Holguín – Cuba e doutorado em Economia pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul. Atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas no Departamento de Economia e Análise – DEA e no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia – PPGSS. Desenvolve pesquisas na área de Economia aplicada, teoria econômica e métodos quantitativos
Sobre o autor
Prof. Dr, José Barbosa Filho possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal do Ceará (1989), mestrado em Economia Rural pela Universidade Federal do Ceará (1992) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005). Atualmente é professor Titular da Universidade Federal do Amazonas. Desenvolve pesquisas na área de Contabilidade Ambiental, Matemática Financeira e Econometria, com ênfase em Gestão Ambiental, atuando principalmente nas seguintes áreas: valoração ambiental, desenvolvimento sustentável, avaliação de impactos ambientais e gerenciamento de processos.
Contato: jbarbosa@ufam.edu.br
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