Tikúna: Língua indígena mais falada do Brasil tem a maior parte da etnia no Amazonas

Maioria dos 74.061 integrantes da etnia Tikúna no país vive no Amazonas; 51.978 usam a língua diariamente, principalmente em Terras Indígenas

De acordo com o IBGE, do total de integrantes da etnia Tikúna, 51.978 pessoas utilizam efetivamente o idioma no dia a dia. — Foto: Michael Dantas

O Tikúna é a língua indígena mais falada do Brasil, com 74.061 pessoas pertencentes à etnia em todo o país, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A maior parte da população está no Amazonas, com 73.564 integrantes, principalmente dentro de Terras Indígenas, na região do Alto Solimões, no sudoeste do estado, próximo às fronteiras com Colômbia e Peru.

Comunidade Indígena Vila Betânia – Mecürane do povo Tikuna, em Santo Antônio do Iça, no Amazonas — Foto: Michael Dantas/WCS Brasil

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De acordo com o IBGE, do total de integrantes da etnia Tikúna, 51.978 pessoas utilizam efetivamente o idioma no dia a dia, enquanto outros podem não falar mais a língua ou a usar como segunda língua.

  • 87,69% vivem em Terras Indígenas
  • 8,71% residem fora delas em áreas urbanas
  • 3,60% residem fora delas em áreas rurais

Outros estados com presença da etnia Tikúna são Rio de Janeiro (73 pessoas) e São Paulo (70 pessoas). A idade mediana da população Tikúna subiu de 17 anos em 2010 para 19 anos em 2022, indicando que o idioma segue sendo transmitido para as novas gerações.

Diversidade de povos e línguas

Conforme o Censo Demográfico 2022 do IBGE, o Amazonas concentra 94 etnias declaradas dentro de Terras Indígenas, com 137.421 pessoas que falam ou utilizam idiomas nativos, cerca de um terço de todos os falantes indígenas do país.

Criança da comunidade Tikúna Vila Betânia – Mecürane, em Santo Antônio do Içá, no Amazonas. — Foto: Michael Dantas

Entre os municípios com maior diversidade de línguas estão:

Análises

Encontro Tikuna. Foto: Pedro Federal/IDGlobal

Segundo o IBGE, uma pessoa indígena era considerada falante de língua indígena apenas se utilizasse o idioma, inclusive sinais próprios, para se comunicar em casa. Quando isso ocorria, registrava-se o nome da língua falada no domicílio.

Quando uma pessoa indígena falava mais de uma língua, o IBGE registrava até três idiomas utilizados no domicílio.

Cada campo recebia apenas uma língua, e o recenseador não devia incentivar respostas adicionais; assim, o segundo e o terceiro campos podiam permanecer em branco.

Por Daniel Landazuri, g1 AM — Manaus

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