Antes do rádio e da TV, as propagandas eram anunciadas apenas nos jornais impressos. Em Manaus, a publicidade surge no período áureo do ciclo da borracha com o intuito de divulgar produtos e serviços de estabelecimentos comerciais.
O surgimento da rádio no Brasil, em meados dos anos 20, e a posterior chegada da televisão, na década de 1950 , proporcionaram um grande desenvolvimento do universo publicitário. Hoje, anúncios e campanhas publicitárias estão utilizando cada vez mais recursos tecnológicos, gráficos e audiovisuais.
Porém, antes disso, as propagandas eram anunciadas apenas nos jornais impressos. O Portal Amazônia relembra alguns anúncios do jornal mais antigo em circulação do Amazonas e um dos mais antigos do brasil.
Os primeiros anúncios impressos do país datam do início do século XIX, após a chegada da família real ao Brasil. Em Manaus, o fenômeno demorou mais para ocorrer. No final do século XIX, a cidade vivia o período áureo do ciclo da borracha, o que proporcionou o desenvolvimento da capital amazonense em diversos aspectos.
E assim, a propaganda amazonense surgiu com o intuito de divulgar produtos e serviços de estabelecimentos comerciais. Nesse contexto, ocorre o lançamento do Jornal do Commercio em 2 de janeiro de 1904. Fundado por J. Rocha dos Santos, ele é considerado o jornal mais antigo em circulação do Estado.
“Saccas de Assucar”
Esse anúncio é interessante, pois relembra uma escrita da língua portuguesa diferente da atual. Os termos “saccas” e “assucar” causam estranheza mais de 100 anos depois. O próprio nome da cidade ainda não era Manaus, e sim Manaós, que veio da tribo Manaós.
Funerária mais antiga de Manaus
Você já deve ter ouvido falar na Funerária Almir Neves, no Centro de Manaus. O fato é que ela é a funerária mais antiga da cidade. Fundada em 1909 na Rua Lobo D’Almada, desde 1983 tem a sede situada na Avenida Joaquim Nabuco. O local já recebeu figuras célebres da sociedade amazonense.
Bom pra tosse
Por existirem poucos recursos tecnológicos na época, a maioria das propagandas possuía uma borda para destacá-la no meio das outras informações. Um exemplo é do remédio que prometia a cura de qualquer tipo de tosse e de todo mundo, inclusive das “creanças”. Olha só:
“Hamburgueza”
Beber com moderação. A Hamburgueza incentiva os leitores do jornal a apreciarem a bebida e examinar a procedência. Mas de onde surgiu a ideia do nome? Seria o que conhecemos hoje por ‘hamburgueria’? Seria um bar? Fica a dúvida pairando no ar.
Elixir de Nogueira
Anunciado com frequência no Jornal do Commercio, este elixir garantia a cura para a sífilis, na época chamada de ‘syphilis’. Atualmente, a doença sexualmente transmissível quando devidamente tratada, possui 98% de chance de cura. Será que em 1918 esse elixir cumpria com o que propagava?
Sessão no Polytheama
Atualmente é bem fácil verificar as sessões de um filme que você gostaria de assistir, quais as salas disponíveis, se é em 3D ou 2D. Tudo pela internet. Mas cem anos atrás, tinha-se duas alternativas: ou ia direto para o cinema e lá escolhia a sessão, ou comprava jornal para se antecipar.
No jornal você conseguia ler a sinopse e curiosidades cinematográficas sobre a obra.
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Tiro Mortal
Às vezes um nome chamativo vende o produto. O “tiro mortal”, remédio que auxiliava no combate à sífilis e ao reumatismo, possuía um anúncio curto, mas que atraia a atenção dos leitores do jornal com eficiência:
Cura tudo
Bronquite crônica, tosse, anemia, excesso de fadiga e cáries nos dentes? Um único remédio prometia combater todos, conforme o anúncio:
Elixir sagrado
Mais um do grupo de remédios, o ‘lombrigueira’ era a “última palavra no tratamento de rheumatismo e syphilis”:
Therezita
E, para finalizar, o anúncio que ia na contramão dos remédios, o dos cigarros Therezita, “saboroso, extra-fino, inimitável”: