Projeto vai analisar relação do Cooperativismo com a Bioeconomia em comunidades da Amazônia

O objetivo será  analisar e identificar o potencial da utilização da bioeconomia no desenvolvimento das cooperativas rurais do Amazonas

Com o objetivo de analisar e identificar o potencial da utilização da bioeconomia no desenvolvimento das cooperativas rurais do Amazonas, a Embrapa Amazônia Ocidental está desenvolvendo o projeto “Cooperativismo: Desafios e Oportunidades para a consolidação de uma Sociedade Bioeconômica e Sustentável na Amazônia”, financiado pelo CNPq. Para apresentar as informações sobre o projeto, resultados preliminares e estabelecer parcerias nesse contexto, equipe da Embrapa Amazônia Ocidental reuniu-se com gestores do Sistema OCB-AM, que é o órgão de representação do cooperativismo no Amazonas.

A reunião ocorreu na sede da OCB-AM, no início de abril, e contou com a superintendente Cláudia Sampaio Inácio, para a qual a equipe da Embrapa apresentou o projeto buscando parceria e apoio. Na ocasião, foi apresentado o sistema de indicadores Ambitec-BioeCoop, que é um dos resultados preliminares do projeto e consiste em uma metodologia para avaliação de impactos, adaptada da metodologia que a Embrapa utiliza para avaliação de impactos das suas tecnologias geradas e adotadas pela sociedade. A metodologia é o sistema Ambitec-Agro, que concilia diversos critérios nas dimensões ambiental, social e econômica nesta avaliação.

Comunidade de São Pedro. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O sistema de indicadores Ambitec-Agro, utilizado pela Embrapa, consiste em um conjunto de matrizes multicritério que integram indicadores de desempenho de inovações tecnológicas e práticas de manejo adotadas na realização de atividades rurais em determinado empreendimento. A proposta da equipe do projeto, apresentada com o Ambitec-BioeCoop é, a partir dessa adaptação da metodologia, avaliar como as cooperativas e os cooperados estão sendo impactados na relação entre cooperativismo e bioeconomia, tanto nas dimensões ambiental, social e econômica. “O Ambitec-BioeCoop difere do Ambitec-Agro no sentido que ele inclui outras dimensões relacionadas à sociobiodiversidade ou à bioeconomia, como a questão do território, a questão do acesso a políticas públicas, a questão da articulação entre atores, a questão do conhecimento tradicional, a questão da valorização das redes sociotécnicas”, explica o líder do projeto, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Lindomar Silva.

O projeto tem também a participação do pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Geraldo Stachetti Rodrigues, um dos autores do desenvolvimento do Ambitec-Agro, e que nesta semana esteve em Manaus para ministrar na Embrapa Amazônia Ocidental, o curso Avaliação de Impactos e Indicadores de Sustentabilidade, para público interno da Unidade. Todas as unidades da Embrapa fazem, anualmente, avaliação de impactos das tecnologias utilizando o Ambitec-Agro como instrumento para captar, diretamente com os usuários das tecnologias, os impactos. O sistema permite captar mais de 140 indicadores que definem o grau de sustentabilidade das tecnologias, nos aspectos ambientais, sociais e econômicos em diferentes áreas. Esse instrumento permite analisar o grau de retorno das tecnologias para a sociedade e permite analisar e implementar ações de mitigação de impactos.

Na reunião com a OCB foram tratados também encaminhamentos sobre acordo de cooperação técnica, além da parceria para realização de seminários sobre cooperativismo e estratégias para aplicação da metodologia do Ambitec-BioeCoop e a articulação com agentes de desenvolvimento de cooperativas nas comunidades do Amazonas para que possam também contribuir com a coleta das informações para a pesquisa.

“No final do projeto, a gente quer ter uma publicação que possa dar essa visão da relação entre cooperativismo e bioeconomia, mostrando as dimensões ambiental, social e econômica, e como isso pode ser aperfeiçoado, como a gente pode aperfeiçoar a relação das cooperativas com a bioeconomia no sentido que elas se desenvolvam mais, que gerem emprego, que produzam melhoria, que conservem a região amazônica, então é nessa linha”, explica o líder do projeto, pesquisador da Embrapa, Lindomar Silva. 

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