Ponte sobre o Rio Negro é considerada a maior ponte estaiada do Brasil

Inaugurada em 2011, a Ponte Jornalista Phelippe Daou possui quase 3,6 quilômetros de extensão e 22,60 metros só na parte estaiada.

Um dos pontos turísticos mais famosos de Manaus, no Amazonas, é a Ponte Jornalista Phelippe Daou, sobre o Rio Negro, que conta com quase 3,6 quilômetros de extensão. Ela conecta os municípios de Manaus e Iranduba e foi inaugurada no dia 24 de outubro de 2011, durante o aniversário da capital amazonense. 

A ponte foi idealizada em 2003 após uma audiência pública movida pelo então deputado estadual Francisco Souza, a pedido do Município de Iranduba, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A discussão foi em busca de uma solução para evitar a demora das travessias das balsas, o desconforto dos passageiros e ainda falta de segurança.

Antes da ponte, era possível atravessar o rio por balsa. Quem saia de Manaus ia até o município de Cacau Pirêra para depois seguir viagem pela rodovia AM-070. 

Assim, um projeto de lei foi apresentado, no qual o Governo do Estado do Amazonas reuniu uma comissão técnica para dar início aos estudos para a construção. Os resultados foram apresentados quatro anos depois e o processo licitatório foi aberto.

Foto: Reprodução/Ibracon

As empresas Camargo Corrêa e Construbase Arquitetura & Engenharia Ltda. ficaram responsáveis pela construção da ponte. As obras iniciaram no dia 3 de dezembro de 2007. Foram usados aço e cimento com quantidade suficiente para erguer três estádios do Maracanã. Por conta do grau de acidez das águas do Rio Negro, foram adicionados pozolana, um material anticorrosivo que foi misturado ao concreto empregado nas estacas e no tabuleiro.

A ponte foi construída nas áreas chamadas de Ponta do Ouvidor, localizado no bairro Compensa, do lado de Manaus, e a Ponta do Pepeta, em Iranduba.

Inicialmente, deveria ter uma extensão total de 3,6 quilômetros e pouco mais de vinte metros de largura; torre central em forma de diamante, com 162 metros de altura; duas pistas em sentido contrário, com duas faixas de rolamento cada e acessos viários com três faixas de rolamento, em cada sentido. A conclusão das obras estava prevista para o primeiro semestre de 2010.

O orçamento inicial da obra foi de aproximadamente 580 milhões de reais, recursos oriundos do Governo do Estado e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Para realizar a obra, foram investidos mais de 1 bilhão de reais. 

Foto: Reprodução/Ipaam

No final, a ponte ficou com 3.595 metros de extensão, sendo considerada a maior ponte estaiada (tipo de ponte com vários cabos fixados aos pilares, normalmente em simetria, para segurar uma seção anexa ao pilar) do Brasil, com 400 metros de seção suspensa por cabos no vão central.

Sua largura total é de 20,70 metros no trecho normal e 22,60 metros na parte estaiada (nas áreas dos cabos interligados). A ponte tem quatro faixas de tráfego, duas em cada sentido, além da faixa de passeio para pedestres nos dois lados.

O mastro central apoia dois vãos que medem 190 metros para cada lado. A estrutura, em forma de losango, é dividida em três partes: um cone de ponta-cabeça abaixo do tabuleiro, um cone acima do tabuleiro e o topo do mastro. O formato foi adotado para diminuir o impacto com o vento para evitar a chamada ressonância ondulatória, que faz com que as pontes afetadas neste caso balancem devido ao vento.

Homenagem

Ela passou a se chamar ‘Ponte Jornalista Phelippe Daou’ com o Decreto Estadual nº 37.646, de 21 de fevereiro de 2017, assinado pelo ex-governador do Amazonas, José Melo. De acordo com o documento, é dever do Estado prestar homenagem “aos cidadãos que, em sua esfera de atuação, contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento do Amazonas”.


O reconhecimento deve-se à atuação do jornalista Phelippe Daou na divulgação e defesa dos interesses da Amazônia, por meio do Grupo Rede Amazônica, conglomerado regional do qual foi um dos fundadores.
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