A seguir, conheça a história de algumas ruas históricas da cidade!
Da Manaus de antigamente até sua contemporaneidade, a história da cidade tem início na sua área central. A capital do Amazonas foi fundada no ano de 1669, em data incerta, com a construção do forte de São José do Rio Negro, localizado onde hoje é o centro da cidade, em uma área chamada de Largo da Trincheira, que formou seu embrião. A cidade ocupava toda a ilha de São Vicente, inclusive se sobrepondo a um antigo cemitério indígena.
A seguir, conheça a história de algumas ruas históricas da cidade!
Rua Frei José Inocentes
Rua Henrique Antony
Também faz parte das ruas primitivas de Manaus. Henrique Antony é o patriarca de uma das famílias mais antigas da cidade. Henrique também é considerado um dos comerciantes mais importantes que viveu na capital. Na descendência numerosa, há guerreiros, atuais políticos e procuradores do Estado do Amazonas.
Rua Visconde de Mauá
A Rua Visconde de Mauá também tem o início no rio Negro e desemboca na praça da Igreja Matriz da cidade. O nome é em homenagem ao visconde que implantou a primeira linha de embarcações à vapor. Importantíssimo para o alavancar da economia da cidade.
A via já foi chamada de rua dos Inocentes, devido à um primitivo cemitério da cidade localizado na área em que se faziam os enterros de crianças. Também já foi chamada de rua do Sol. A via foi o endereço da sede do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) ainda em 1891.
Rua 10 de julho
Rua 24 de maio
A rua 24 de Maio, no Centro de Manaus, é uma das referências da vida do manauara, mas poucos sabem o motivo da homenagem. A data é uma das mais importantes para o Amazonas porque, neste dia, em 1884, os escravos negros foram libertados no município, dois meses antes da abolição da escravidão no Amazonas, e quatro anos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888.
Manaus, no entanto, foi a segunda cidade brasileira a abolir a escravidão. Acarape, no Ceará, deu liberdade aos escravos em 1º de janeiro de 1883 e o Estado do Ceará, foi palco da libertação em 25 de março de 1884. No Amazonas, o presidente da província, Theodureto Carlos de Faria Souto, um cearense, foi quem decretou a abolição.
Avenida Getúlio Vargas
Antigamente a Avenida Getúlio Vargas (antiga rua 13 de Maio) era conhecida como Igarapé dos remédios que se estendia até os arredores da Igreja dos Remédios (até a rua Floriano Peixoto). Após o aterro do igarapé dos Remédios e do Espírito Santo, essa área da Getulio Vargas passou a ser um pântano. Com a transformação do centro da cidade de Manaus, os governantes da época, perceberam que estes lugares haviam tornado-se casa para todos os tipos de Mosquitos e outros tipos de doenças. Também havia a necessidade de tornar o centro da cidade, bonito aos olhos da população daquele período.
O processo de saneamento do igarapé do Aterro foi iniciado no final do século XIX e somente foi concluído o trabalho de aterramento no início da década de 1930. A mensagem do prefeito de Manaus José Francisco de Araújo Lima de 1929 traz informações sobre o aterramento deste igarapé e mostra fotos reveladoras das técnicas de movimento de terras.
Rua Joaquim Nabuco
Avenida 7 de setembro
A Avenida 7 de setembro, devido à Independência do Brasil, já foi chamada de Avenida Governador Fileto Pires, em homenagem ao governador que residia na via.
Rua mais antiga
Localizada na Ilha de São Vicente, ao lado do Museu da Cidade de Manaus e da Praça Dom Pedro II, inicialmente foi chamada de Rua São Vicente. Depois mudou de nome em homenagem a Bernardo de Azevedo da Silva Ramos, político e comerciante, um dos fundadores do IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas). Ele foi dono de uma coleção de moedas que contava com mais de 10 mil peças. Atualmente, você pode apreciar toda a coleção no Museu de Numismática Bernardo Ramos, que integra o Centro Cultural Palacete Provincial, localizado na avenida Sete de Setembro.
A rua foi a primeira a ser urbanizada na cidade. Hoje, o toque nostálgico da via começa pelo seu calçamento, todo feito em pedra. Frondosas árvores ocupam as calçadas e um casario antigo ladeia a rua.
É na Bernardo Ramos que estão as duas casas consideradas as mais antigas de Manaus, as de números 69 e 77, que hoje abrigam o Centro Cultural Óscar Ramos. É também nesta rua que está a Loja Maçônica Esperança e Povir, a mais antiga de Manaus.
Também merece destaque a sede do IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas) que tem a frente na Bernardo Ramos e os fundos para a rua Frei José dos Inocentes.
Outro prédio icônico é o antigo Hotel Cassina, que está sendo recuperado pela Prefeitura de Manaus. Construído pelo italiano Andrea Cassina no período áureo da borracha, está localizado entre as ruas Bernardo Ramos e Governador Vitório, na Praça Dom Pedro II (antiga Praça da República). Com o declínio da economia da borracha, o local passou a ser chamado de pensão e posteriormente, Cabaré Chinelo. Há mais de meio século que o prédio está reduzido a condição de ruínas, existindo apenas as quatro paredes e parte das armações de ferro.
Quem foi Bernardo Ramos?
Filho de Manoel da Silva Ramos, fundador da imprensa na capital do Amazonas, e Jesuína Maria de Azevedo da Silva Ramos, perdeu o pai ainda menino, indo trabalhar na agência dos Correios da cidade.
Exerceu diversos cargos públicos a partir dos 21 anos, sendo eleito Intendente Municipal (Vereador). Viajou pela Europa e Oriente Médio, percorrendo a Palestina e o Egito, adquirindo conhecimentos de diversas línguas, entre as quais a língua hebraica, a língua fenícia e o sânscrito, o que lhe permitiu a leitura de diversas moedas.
Comerciante, Bernardo Ramos foi fundador e presidente da Associação dos Proprietários de Manaus. Foi ainda fundador do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (25 de março de 1917) e um dos fundadores do Clube Republicano do Amazonas.