As mulheres guerreiras Icamiabas não tinham marido e não deixavam homens se aproximarem de suas tabas (casas). Manejavam o arco e a flecha com muita precisão e tinham a lua como sua protetora.
Muitas lendas Amazônicas mexem com imaginário coletivo e são repassadas ao longo das gerações. Uma dessas lendas conta a história das Icamiabas, guerreiras indígenas conhecidas também como Amazonas. O Portal Amazônia traz a história dessas guerreiras que viviam em tribos isoladas e sem a presença de homens.
Não se sabe até que ponto a história das Icamiabas se mistura com a ficção, sendo moldadas por lendas e pela visão eurocêntrica dos povos indígenas. A história tem sua origem na lenda grega das Amazonas e foi devido a elas que batizaram o estado do Amazonas e a selva Amazônica.
Origens
Na lenda, as icamiabas eram mulheres altas, musculosas, de pele clara, cabelos compridos e negros, foram encontradas quando expedicionários espanhóis, liderados pelo espanhol Francisco Orellana, chegaram em 1542 à região que hoje é conhecida por Amazônia. Eram conhecidas pelos povos indígenas como icamiabas mas devido os seus costumes, logo foram associadas às guerreiras Amazonas, da mitologia grega.
Ritual
Você já deve ter ouvido falar no muiraquitã, amuleto em formas de animal, geralmente feitos com minerais, como a nefrita. Esse amuleto também está relacionado à lenda das icamiabas. Como essas guerreiras não tinham maridos e não deixavam homens se aproximar, uma vez por ano, elas recebiam os guerreiros Guacaris. Preparavam um banquete à beira do rio e quando a lua estava cheia, iam até a água e derrubavam perfumes para tomar um banho purificador.
Após o banho, faziam muiraquitãs e davam os amuletos aos seus parceiros para dar sorte ou então colocados em tranças de cabelo das noivas, casamento no qual só era feito naquele período de fertilidade e para a procriação. Depois de meses, nasciam várias crianças: se fosse um menino, eram entregues aos guerreiros para criá-los; se fosse uma menina as icamiabas criavam.
Origem de Nhamundá
A história do município de Nhamundá, distante 382 quilômetros de Manaus, está ligada aos atos heroicos descritos das índias Icamiabas. A localidade guarda o acontecimento histórico, o encontro entre espanhóis e grandes índias guerreiras.
O embate na expedição de Orellana, em viagem pelo Amazonas e o encontro do lugar místico de mulheres, foi relatado por Frei Gaspar de Carvajal. Na narrativa, as mulheres guerreiras da tribo vencem os exploradores, onde hoje está localizado Nhamundá, embora muitas tenham sido mortas.
Icamiabas hoje
Com um grande legado de empoderamento feminindo, a lenda inspirou alguns desenhos televisivos, como “As Icamiabas” produzido pela TV Cultura. A produção paraense trás aventuras protagonizadas pelas personagens: Iuna, Laci, Conori e Thyni, quatro meninas indígenas inspiradas nas lendas das guerreiras amazonas.
Outra animação é a “Icamiabas na Amazônia de Pedra” , série de Otoniel Oliveira e produzida pelo Estúdio Iluminuras, que também é protagonizada por quatro super-heroinas indígenas que salvam a cidade de criaturas do folclore nacional. Também são conhecidas como as “Meninas Superpoderosas da Amazônia”.