A proposta visa identificar características químicas herdadas do néctar das plantas, para agregar maior valor ao produto e assim fortalecer o desenvolvimento da bioeconomia regional.
Um estudo, que ainda está na fase da coleta de dados em campo e análises laboratoriais, tem avaliado, inicialmente, nos municípios de Maués e Manacapuru, municípios no Amazonas, incrementos na produção de mel e abelhas em cultivos de guaraná e camu-camu, os quais agregam a meliponicultura – criação de abelhas nativas sem ferrão, atividade comumente realizada por agricultores familiares.
A pesquisa ‘Caracterização e valoração do mel de abelhas nativas produzido em cultivos de guaraná e camu-camu para fomentar a bioeconomia amazônica’ está entre as propostas amparadas pelo Programa Mulheres na Ciência, Edital N° 001/2021, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
De acordo com a bióloga e coordenadora do projeto, doutora em Ciências (Entomologia), Cristiane Krug, a proposta pretende avaliar e caracterizar o mel produzido por colônias de abelhas nativas sem ferrão da espécie Melipona (Michmelia) seminigra, associadas aos cultivos de guaraná e camu-camu, visando identificar características químicas herdadas do néctar das plantas, para agregar maior valor ao produto, e assim fortalecer o desenvolvimento da bioeconomia regional.
“Estimular a associação da meliponicultura com cultivos regionais na Amazônia traz benefícios diretos para o meio ambiente, pois as abelhas visitam outras plantas próximas aos cultivos, atuando como agentes polinizadores e favorecendo os serviços ambientais locais. Além disso, a presença das abelhas nos cultivos exige que os agricultores tenham mais cuidado com agrotóxicos, reduzindo consideravelmente seu uso”,
ressalta a coordenadora.
Resultados
Entre os impactos positivos que poderão ser gerados com a pesquisa, Cristiane Krug destaca a melhoria na qualidade de vida para os agricultores envolvidos no projeto, que servirão de vitrine para outros produtores no estímulo à utilização de práticas agrícolas sustentáveis e valoração de produtos regionais emblemáticos da Amazônia; o estímulo à associação da meliponicultura com cultivos regionais na Amazônia trazendo benefícios diretos para o meio ambiente, como o retorno duplo ou acumulado ao produtor, além da geração de publicações científicas em revistas especializadas com os resultados do perfil palinológico, químico e físicoquímico do mel de guaraná e camu-camu.