Conheça a história do Leprosário de Paricatuba, “a cidade da dor”

A leprosaria de Paricatuba, no Amazonas, cujo nome oficial era Vila Belisário Penna, funcionou até meados de 1980. Hoje restaram as “Ruínas de Paricatuba”, que se transformaram em atrativo turístico na região.

A Hanseníase, antes conhecida como “lepra”, “morféia” ou “mal de Lázaro”, é uma doença infecciosa e contagiosa, que afeta os nervos e a pele, causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos, que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar. O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias.

A doença atinge pessoas de ambos sexos e de todas as faixas etárias, podendo apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis. Sua transmissão pode ocorrer por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença.

Os principais sintomas são manchas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade ao calor, dor ou tato (se queima ou machuca sem perceber); formigamentos, choques, agulhadas, câimbras ou dormência nos braços e pernas; diminuição da força muscular, dificuldade para pegar objetos, segurar chinelos nos pés; nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos; Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo; coceira ou irritação nos olhos; entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

 Casos no Brasil

Estudos apontam que a doença possa ter chegado nas Américas entre os séculos XVI e XVII com os colonizadores, pois não há evidências da existência da moléstia entre as tribos indígenas do Novo Mundo. Na América do Sul a doença surgiu, provavelmente, com os colonizadores espanhóis e portugueses, pois os primeiros doentes de hanseníase observados na Colômbia eram de origem espanhola. Segundo dados do Serviço Nacional de Lepra (1960), alguns autores atribuíram ao Mal de Hansen as figuras de mutilações encontradas em vasos da época pré-colombiana.

No Brasil, os primeiros casos da doença foram notificados no ano de 1600, na cidade do Rio de Janeiro (Yamanouchi et al, 1993), de acordo com o médico Diltor Opromolla, para um estudo realizado pela Letícia Maria Eidt em agosto de 2004,relata que os primeiros documentos que atestam a existência da hanseníase no território brasileiro datam dos primeiros anos do século XVII. Em 1696, o governador Artur de Sá e Menezes procurava dar assistência, no Rio de Janeiro, aos doentes já então em número apreciável.

Após os primeiros casos no Rio de Janeiro, outros focos da doença foram identificados, principalmente na Bahia e no Pará. Por conta do alto número de casos, o Ministério da Saúde levou as autoridades da época a solicitarem providências a Portugal, sem, entretanto, serem atendidas.

No Amazonas, a história da doença é dividida em três fases. A primeira (1889 a 1907) é caracterizada pela migração expressiva ao Amazonas devido ao boom da borracha, marcada por dois problemas: não havia instalações separadas para os pacientes e as cidades do interior enviavam seus enfermos à capital. O crescimento da doença neste período foi significativo. O segundo período (1908-1921) foi marcado pelo relativo isolamento dos pacientes na instituição chamada Umirisal, criada no século XIX para o isolamento dos portadores de varíola.

A terceira fase (1922-1929) foi caracterizada pela propagação da doença, com a necessidade de novas instalações. O período foi marcado pelo início dos trabalhos da Saúde Pública e do Serviço de Profilaxia Rural do Amazonas.

Em Manaus, o primeiro paciente registrado no asilo do Umirizal foi um ex-seringueiro cearense de 23 anos de idade, que pedia esmola nos arredores do Mercado Público de Manaus.

Foto: Reprodução / De lazareto a leprosário: políticas de combate a lepra em Manaus (1921-1942).

Para atender aos doentes de lepra no período anterior a 1908, a cidade de Manaus contava com a Santa Casa de Misericórdia. Porém, no ano de 1905, os médicos começaram a se recusar a prestar atendimento. O Dr. Alfredo da Matta, referência do tratamento no combate a lepra da época, conseguiu uma pequena parte do Isolamento do Umirisal para ser o local onde eram confinados os leprosos da cidade, transformando em 1908, em um asilo-colônia que não deu muito certo. O Umirisal funcionou até 1930, quando foi inaugurada a leprosaria de Paricatuba, onde todos os doentes confinados no local foram transferidos para o leprosário, no início de 1930.

Para a década de 1920 as estimativas de Alfredo da Matta para todo o Estado do Amazonas eram de 800 a 1000 o número de pessoas detectadas com hanseníase, sendo considerada que a quantidade de leprosários na região era insuficiente para a demanda de pessoas doentes que haviam no Estado.

A política de isolamento era defendida pela maioria da elite médica do estado e tinha o respaldo dos governantes, assim como da população amazonense. Samuel Uchoa defendia que o isolamento deveria ser obrigatório para o modelo de hospital-colônia. Havia um consenso local, entre médicos e gestores, de que a melhor forma de tratar a hanseníase era por meio do isolamento dos doentes, evitando qualquer tipo de contato com a população “sadia”.

Hospital-colônia Vila Belisário Penna, “Leprosário de Paricatuba

Localizada às margens do Rio Negro, a Vila de Paricatuba, no Amazonas, começou a ser construída no final do século XIX, em meados de 1890, um prédio destinado à Hospedaria dos Imigrantes, por conta do contexto econômico da exploração da borracha na Amazônia.

O acesso da vila era feito apenas de forma fluvial e na hospedaria residiam os imigrantes por um período de quarentena, até que os mesmos fossem destinados aos seus locais de moradia. Anos mais tarde, entre 1905 a 1907, o prédio foi transformado no Instituto Afonso Pena, destinado a filhos de indígenas para que pudessem estudar. Anos mais tarde, o local seria uma Escola de Ofícios, destinado ao ensino de crianças pobres.

Em meados de 1915 a 1917, os médicos Alfredo da Matta e Miranda Leão começaram a pedir publicamente a criação de um leprosário que atendesse aos doentes e que este estabelecimento tivesse medidas “modernas” de higiene. A partir desse período, um grupo composto por profissionais de saúde e de outras áreas se uniram para a implantação de um leprosário. Começaram então, os médicos e a sociedade manauara, a pedir aos governantes que fizessem a compra de um terreno para a construção do leprosário. A luta política se estendeu desde 1915 até 1924, quando foram cedidas as terras de Paricatuba para a construção do leprosário Belisário Penna.

Saiba mais: Amazônia 360º: conheça as ruínas de Paricatuba, no Amazonas

Entretanto, naquele mesmo ano, houve uma preocupação por parte da população sobre a localização do novo isolamento. O que se colocava em discussão não era a distância do leprosário, mas, o debate se deu em torno da possibilidade de transmissão da lepra através da água, pois Paricatuba ficava em frente à cidade de Manaus, em área hoje pertencente ao município de Iranduba. Assim, no dia 25 de junho de 1924, houve uma reunião no salão nobre da Santa Casa de Misericórdia de Manaus. 

Estavam presentes os médicos mais influentes da cidade, muitos dos quais eram membros da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Amazonas, como o Presidente, Dr. Alfredo da Matta; os Secretários, Drs. Fulgêncio Vidal e Linhares de Albuquerque; e os sócios, Drs. Samuel Uchôa, Agenor de Magalhães, Britto Pereira, Baptista de Almeida, Aurélio Pinheiro, Adriano Jorge, Araújo Lima, Sylvio Ferreira, Flávio de Castro, Ayres de Almeida, Virgílio Ramos, Ribeiro da Cunha, Vivaldo Lima, Jeremias Valverde, Xavier de Albuquerque e Flávio Rubim.

Com a transferência dos detentos em 1922, as ruínas de Paricatuba seriam adaptadas para leprosário. O local era considerado conveniente, pois estava à margem direita do rio Negro, distante duas horas de Manaus, sem vizinhança populosa, com terras suficientes, que serviriam para colônia agrícola. O prédio, deteriorado e sujo, passaria por muitos consertos, sendo inaugurado no segundo semestre de 1929. 

Hospedaria de Imigrantes em construção. Foto: Reprodução/Instituto Durango Duarte

Quando a obra de modernização de Paricatuba estava quase finalizada, o Governo do Estado publicou o Decreto n° 247, de 1° de outubro de 1929, falando sobre o Regulamento da Vila Belisário Penna. O Regulamento da Vila Belisário Penna era formado por 10 capítulos, nos quais estavam contidas as normas referentes ao funcionamento do estabelecimento.

A leprosaria Belisário Penna seguiu o modelo dos hospitais-colônia do Brasil e do exterior: Carville, nos EUA; Curupaiti, no Rio de Janeiro, Itapuã, na região de Porto Alegre, Santo Ângelo, Pirapitingui e Padre Bento, em São Paulo, criando e adaptando um conjunto arquitetônico e burocrático para receber os doentes, que eram levados de barco para a isolada localidade de Paricatuba. As colônias deveriam funcionar como uma vila ou micro-cidade, afastadas da cidade, autossuficientes e aptas a proporcionar o “consolo dos lázaros”. A área era dividida entre a “zona doente” e a “zona sadia”. 

Por falta de profissionais de assistência aos hansenianos, os médicos organizaram entre os próprios doentes, para auxiliar no serviço no interior do isolamento. Registros feitos pelo Dr. Alfredo da Mata em 1929 apontavam como era feita a estratégia de organização do local.

“Entre os próprios doentes, um administrador, um enfermeiro, uma enfermeira e seus ajudantes, cozinheiro e ajudante, lavanderia, guardas e núcleos de oficinas de carpintaria e funilaria”. Assim, os doentes poderiam “auxiliar o serviço público, cabendo a cada um, uma insignificante remuneração, que lhes serve de estímulo”

(Matta, 1929a, p.11).

A capacidade da leprosaria era para atender 350 doentes, as obras de reforma promoveram uma adaptação significativa do prédio, buscando adequá-los às novas funções. Além do prédio central, destinado aos indigentes, a vila possuía capela, convento, farmácia, desinfectório, dispensário, cozinha-refeitório, escola de teatro, lavanderia, campo de esportes, ruas de 14 metros, laboratório de análises clínicas, hospital, necrotério e casa do administrador. 

Em infraestrutura básica, a vila contava com luz elétrica, serviço de bombeamento da água (com reservatório para armazenagem) e rede de esgoto, contando com duas fossas biológicas para evitar despejo nas águas do rio.

Foto: Abrahim Baze/

A nova estrutura, que ainda estava em fase de reformas, recebeu visitas de autoridades importantes. A primeira delas, a do Embaixador japonês, Schichita Tatsuké, e membros de sua comitiva, realizada em 6 de maio de 1925. A excursão do diplomata oriental mobilizou as autoridades locais.

Os filhos das pessoas que estavam contaminados, eram levados a um espaço reservado na leprosaria. De acordo com o segundo artigo do Regulamento da Vila Belisário Pena, os filhos eram recolhidos e levados para morar na Creche Alice de Salles.

Art. 2° – Constitue dependência da Leprosaria a Creche ALICE DE SALLES, onde serão recolhidos os filhos de pais leprosos, não só recém-nascidos, como os menores de 5 anos indenes da lepra.

Capítulo I  do Regulamento da Vila Belisário Pena

As crianças de pais leprosos em Manaus eram levadas a morar em creches como a Alice de Salles que funcionou para abrigar os filhos de pais doentes de hansen. Assim como também acontecia nos outros Estados, a criança era separada da mãe ao nascer. Levada a morar nas creches, crescia, recebia educação, e nunca voltava para os pais biológicos, que se quer tinha notícias.

Para evitar o trânsito de papel moeda manuseado pelos doentes internos para o mundo, a administração da leprosaria adotou o método chamado de “chapas de metal”, que consistiam em chapas de dois tamanhos, numeradas de 1 a 8, graduadas no valor de 100 réis a 10$000. Por esse sistema, as gratificações e recebimentos dos doentes eram pagos com as chapas e depois trocados por moeda corrente, sempre que o doente desejava efetuar um pagamento fora da leprosaria. 

As visitações eram realizadas apenas no domingo, no horário de 12 às 16 horas, com fiscalização, e em lugar que o diretor indicasse. Somente em casos excepcionais, quando os doentes não pudessem comparecer no local, as visitas poderiam ser feitas no hospital ou nas residências, porém sempre sob instrução do Diretor.

Um grupo de mulheres chamadas de as Damas Protetoras do Leprosário, tiveram um grande papel de importância durante a história do Leprosário de Paricatuba, inicialmente, antes de sua forma, elas se reuniam para recolher doações para suprir o custo das despesas dos serviços de reforma. As Damas protetoras do Leprosário continuaram a participar da política de arrecadação de fundos para o leprosário. Em fevereiro de 1932, esse grupo ganhou novas associadas e tornou-se Sociedade Amazonense de Proteção aos Lázaros.

Foto: Reprodução / De lazareto a leprosário: políticas de combate a lepra em Manaus (1921-1942).

A diretoria era composta por Nini Linhares de Albuquerque como presidente, Isabel Soares Nogueira secretária e Elodie Araújo, a tesoureira. Seguindo o mesmo padrão das Damas Protetoras, a nova sociedade se moveu para conseguir mais doações, através de listas contando com as participações do comércio, repartições públicas federais, estaduais e municipais, estabelecimentos de ensino e casas particulares.

Foi com a primeira soma de dinheiro arrecadada que a Diretoria da Sociedade Amazonense de Proteção aos Lázaros promoveu uma confraternização para a páscoa dos leprosos. Foi então organizada uma excursão a Paricatuba, com duas embarcações. Chegando ao local, as senhoras associadas distribuíram roupas, lençóis, cobertores, mosqueteiros, doces diversos e bombons. O grupo também promovia quermesses e participava de arraiais na cidade para arrecadar fundos para a sociedade.

Foto: Reprodução / De lazareto a leprosário: políticas de combate a lepra em Manaus (1921-1942).

Percebendo o aumento de internos na leprosaria, em 1932 a Sociedade decidiu construir em Paricatuba um grande pavilhão, dividido em 20 quartos, para capacidade de mais 80 pessoas. Para isso, realizou um acordo com o Serviço Sanitário pedindo permissão para iniciar a construção, tendo sido aberta, logo em seguida, uma licitação vencida por José Antonio Malheiros, que estimou a obra em 24:600$000 (réis). Concluído ao final de 1932, optou-se pela data do natal para realizar a cerimônia de inauguração do Pavilhão São Lázaro.

 A Cidade da Dor

No mesmo ano da inauguração do Pavilhão São Lázaro, uma espécie de livro pequeno chamado de opúsculo, escrito pelo professor Carlos Mesquita, foi lançado pela Sociedade Amazonense de Proteção aos Lázaros, Intitulado de ‘A cidade da Dor’, o opúsculo relatava uma das visitas das “caravanas da caridade”, realizada em Paricatuba. 

A caravana era composta por senhores, senhoras e senhorinhas da sociedade manauara. Nos registros, o horror causado pelas imagens de corpos deformados, mutilados e em estado de putrefação. Conforme a narrativa, em um dos salões grandes a caravana se deparou com dezenas de macas, uma ao lado das outras, todas ocupadas, e assim descreveu um quadro onde fica patente que a doença não possui faixa etária preferencial, atingindo jovens em tenra idade, com futuros interrompidos.

“Velhas e moças, com as faces carcomidas pela doença, com os membros atrofiados, com as carnes apodrecidas, sorriam ao nos ver: quanta dor, quanto martírio, não significava ver aquele sorriso triste! Em algumas das camas, pedaços de pano amarrados a guiza de rede, continham bonecas sem cabeça que pareciam também sofrer da maldita moléstia. Pertenciam as infelizes crianças que ali estão internadas em número de 29. Aquelas redesinhas, aquelas bonecas escangalhadas, a mudez daquele quadro infantil tudo isso fez com que me viesse aos olhos a primeira lágrima. Coitadinhas! Podres brasileirinhas, em vossa inocência, divertindo-vos com essas bruxas diformes, não sabeis a desgraça horrível que vos persegue. Elas sorriam, agradecendo a nossa visita, não se lamentando, não reclamando, não maldizendo a sorte negra que lhes coubera na vida.” 

Trecho retirado da obra ‘A Cidade da Dor’

Chegando na ala masculina, uma nova imagem de horror se revelou aos olhos dos visitantes. Apesar da feição dos homens e crianças, serem sorridentes e cordiais, a situação era triste. A descrição dos doentes remetia a imagens de múmias vivas e corpos cobertos por colchas que escondem as mutilações mais severas.

“Uns cinco ou seis estavam completamente cobertos por colchas de lã. Inquiri do Dr. Linhares respondendo-me ele serem os casos mais repugnantes: há homens cujas mãos e pés já foram comidos pela lepra. Outros com algodões a tapar os buracos na face, no pescoço, nos braços e nas pernas. Nem quero me lembrar de tudo que vi e de tudo que anotei. As duas enfermarias não são teladas e um enxame de moscas esvoaçam pelo ar”.

Trecho retirado da obra ‘A cidade da Dor’

A comitiva ainda visitou o salão de música, onde dois armários estavam cheios de discos. Havia também uma vitrola doada pelo cientista britânico, Dr. Thomas, que deixou a vitrola em testamento para os “pobres morféticos”. As referências que fazem sobre a biblioteca indicam que os doentes utilizavam o acervo de livros e revistas que, segundo a comitiva, estavam em péssimo estado. 

Era preciso mandar livros e revistas em melhor estado para distrair os doentes. A visita a área dos bangalôs traz referências mais agradáveis, já que foram descritos como construções elegantes, com quintal onde seus habitantes criavam galinhas e porcos.

A leprosaria de Paricatuba, cujo nome oficial era Vila Belisário Penna, funcionou até meados de 1980, quando por ordem do Governo do Estado, o prédio foi depredado e os doentes obrigados a morar na nova leprosaria, a Colônia Antônio Aleixo.

Atualmente, o local virou ponto turístico, conhecido como ‘As Ruínas de Paricatuba’.

Quer saber mais? Confira o ‘Documentos da Amazônia’ especial sobre a Vila de Paricatuba, do Amazonsat:

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