Conheça a história da boneca Kamélia, símbolo do Carnaval em Manaus

Sua chegada na cidade é considerada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas e ocorre há mais de 80 anos.

Quem conhece o Carnaval de Manaus (AM) certamente já se deparou com a boneca Kamélia. Considerada um símbolo carnavalesco da capital amazonense, sua história surgiu em 1938, quando um dirigente do Olímpico Clube levou uma boneca comprada na Bahia para o desfile de Carnaval.

A tradição de começar o Carnaval com a chegada Kamélia começou mesmo em 1955, por um pedido do então prefeito Walter Rayol. Mas somente em 1958 a boneca recebeu, pela primeira vez, as chaves em uma cerimônia das mãos do ex-prefeito Gilberto Mestrinho.

Sua chegada na cidade é considerada patrimônio cultural imaterial do Estado do Amazonas e ocorre há mais de 80 anos.

Kamélia chegando no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Foto: Patrick Marques/Acervo/Rede Amazônica AM

Tradição carnavalesca

A primeira boneca da Kamélia tinha apenas 75 centímetros de altura e fora comprada na Bahia em uma loja chamada ‘4 e 400’, por quatro mil réis. Sua primeira aparição ocorreu no tradicional Bar Avenida, localizado, à época, na esquina da Avenida Eduardo Ribeiro com a Rua Saldanha Marinho, no Centro Histórico de Manaus. Atualmente ela chega à quase três metros.

Foto: Ingrid Anne/Manauscult

A boneca Kamélia foi criada inspirada na famosa marchinha ‘Jardineira’, de Benedito Lacerda, e o Baile da Chegada da Kamélia era promovido para manter a tradição dos antigos carnavais de salão, ao som de marchinhas, frevos e samba. Ela recebe a chave da cidade como marca do início das festas. 

A chegada da Kamélia ocorre geralmente em janeiro, abrindo oficialmente a temporada das folias momescas da capital amazonense e a Escola de Samba Império da Kamélia inclusive foi batizada em homenagem à ela. 

Chave é entregue à boneca Kamelia em sua chegada. Foto: Nathalie Brasil/Semcom Manaus

Em 2021 e neste ano, por conta da pandemia da Covid-19, a festa da chegada da boneca foi cancelada, medida tomada pelo Conselho Diretor do Olímpico Clube, onde ela é recebida, em razão do novo Coronavírus. 

A Crítica, 9 de fevereiro de 1980, p. 9. Foto: Reprodução/Instituto Durango Duarte

 O presidente do Olímpico Clube, ‘Almerinho’ Botelho, anunciou o cancelamento, cuja decisão foi unânime.

“Em respeito à vida, à saúde, considerando a situação atual das clínicas e hospitais de Manaus, e principalmente, em cumprimento às orientações das autoridades de saúde pública que lutam incessantemente para conter os casos de Covid-19 e H3N2, o Conselho Diretor do Olímpico Clube, decidiu por unanimidade, cancelar, por mais um ano, a tradicional ‘Chegada Boneca Kamélia'”,

comunicou Botelho.

*Com informações do G1 Amazonas, Jornal do Commercio, Instituto Durango Duarte, Agência Brasil e Prefeitura de Manaus  

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Javaporcos: entenda como Roraima está atuando no controle de espécie invasora

Nos últimos anos, uma grande quantidade de javaporcos tem se espalhado por Roraima, especialmente na região central do Estado.

Leia também

Publicidade