Foto: Ayrton Lopes/Decon Fapeam
Em Manaus (AM), pesquisadores têm utilizado a biotecnologia para garantir mudas de espécies nativas da Amazônia de alta qualidade e uniformes para os setores agroflorestal, medicinal e ornamental. A iniciativa faz parte do projeto ‘Biotecnologia 4.0: Biofábrica de Plantas in vitro’ e visa produzir mudas com uma velocidade maior do que os métodos convencionais, para espécies de valor econômico como pau-rosa, copaíba, sucuuba e jucá. O projeto conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Coordenado pelo doutor em Biotecnologia e Biodiversidade, Daniel da Silva, da empresa ‘Magnus Amazônia‘, a ação amparada pelo Programa Centelha Amazonas 2, utiliza uma técnica identificada como micropropagação, que consiste numa clonagem de plantas em escala industrial. A tecnologia de micropropagação pode produzir milhares de mudas geneticamente idênticas e livres de doenças em um tempo menor que os métodos tradicionais.
“A micropropagação é uma técnica de multiplicação de plantas em escala industrial em ambiente controlado. Pequenos fragmentos de uma planta mãe são cultivados em condições assépticas e em meio de cultura enriquecido com nutrientes e hormônios, o que estimula a formação de novas plantas”, disse Daniel, que também é pós-doutor em Ciências de Florestas Tropicais (área de concentração: Silvicultura Tropical) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
O pesquisador explica que a produção de mudas de alta qualidade, por meio da biotecnologia, contribui para a recuperação de áreas degradadas, a conservação da biodiversidade e a geração de renda para as comunidades locais. Além disso, a utilização de espécies nativas fortalece a economia regional e promove o desenvolvimento de produtos com alto valor agregado.
Benefícios
Entre os benefícios destacam-se a uniformidade, ou seja, todas as mudas produzidas por micropropagação são geneticamente idênticas à planta mãe, o que garante um crescimento uniforme e características homogêneas. As mudas também são livres de doenças e pragas, aumentando significativamente suas chances de sobrevivência após o plantio.
Por ser um processo mais rápido também permite a produção de um grande número de mudas em um curto período de tempo, dessa forma agiliza os processos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. A técnica contribui ainda para a multiplicação de espécies ameaçadas de extinção, favorece a conservação da biodiversidade.
Parceria
A empresa Magnus Amazônia mantém parceria com instituições de ensino, como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Inpa, por meio da integração de alunos de pós-graduação dos cursos de biotecnologia e ciências florestais, respectivamente, em seus projetos de pesquisa, o que fortalece a capacidade de inovação e a aplicação de novas tecnologias no setor de bioeconomia.
*Com informações da Fapeam