Em janeiro, o estado ocupava a primeira posição no ranking da taxa de transmissão do novo coronavírus no país, com 1,30, o que significa que cada 100 pessoas infectadas transmitiam o vírus para outras 130
A taxa de transmissibilidade do novo coronavírus (RT), no Amazonas, apresentou uma redução de 1,3 para menos de 1,0 nas primeiras semanas do mês de fevereiro. Atualmente a RT está em 0,95, sendo a menor taxa já registrada este ano, colocando o Amazonas na 22ª posição no ranking desse indicador entre os estados brasileiros.
Em janeiro, o estado ocupava a primeira posição no ranking da taxa de transmissão do novo coronavírus no país, com 1,30, o que significa que cada 100 pessoas infectadas transmitiam o vírus para outras 130.
A desaceleração é fruto de uma combinação de fatores, que inclui a restrição de circulação de pessoas no Amazonas, a suspensão temporária das atividades comerciais não essenciais, o aumento dos índices de isolamento e o avanço da vacinação no estado, que também está em primeiro lugar no ranking nacional.
Para o secretário de saúde, Marcellus Campêlo, o retorno das atividades não essenciais depende da queda expressiva de casos e dos óbitos que, apesar de reduzirem, ainda estão em patamares altos.
“Nesse momento estamos apenas com as atividades essenciais em funcionamento e só vamos flexibilizar as atividades comerciais e fazer uma reabertura de forma responsável, quando houver uma diminuição significativa no número de casos de Covid-19”, afirmou o secretário durante entrevista para uma rádio nacional.
O diretor-presidente em exercício da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Cristiano Fernandes da Costa, explica que mesmo em desaceleração é preciso manter os cuidados, visto que o aumento de casos de Covid-19 no estado ainda é recente.
“As recomendações são as mesmas, principalmente quanto ao uso de máscaras, higienização das mãos, evitar locais com aglomeração, manter o distanciamento social. E mesmo as pessoas que receberam a vacina devem manter a adoção dessas medidas. São medidas necessárias para que a gente possa, de fato, garantir o caminho correto no sentido de combate à doença”, diz.
O secretário da SES-AM destacou também que, apesar de Manaus estar na fase vermelha da pandemia, o interior continua na fase roxa, considerada a fase mais crítica, e que por isso algumas medidas estão sendo reforçadas.
“Estamos orientando os prefeitos do interior a manter o rigor no distanciamento social. Há um efeito retardado em relação a Manaus e região metropolitana com os municípios do interior que são mais afastados. Há algumas regiões do Amazonas em crescimento, mas outras já reduzidas, principalmente aquelas em torno de Manaus”, esclarece Campêlo.
Transferências
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) tem ampliado as remoções de pacientes acometidos pela Covid-19 dos municípios do interior para Manaus. Somente em janeiro deste ano, foram realizadas 1.208 remoções, por via aérea ou terrestre de pacientes em leitos de menor complexidade nos hospitais dos municípios para leitos de maior complexidade em hospitais de Manaus.
Miniusinas
O Estado tem instalado miniusinas de oxigênio nas unidades de saúde da rede pública da capital e do interior, principalmente em razão da logística para abastecer os municípios. De acordo com o secretário, a meta atual é a instalação de 74 mini usinas, sendo que 28 delas já foram instaladas e estão produzindo, aproximadamente, 15.000 metros cúbicos em toda a rede.
Antes da pandemia, o consumo de oxigênio em toda rede pública era de, no máximo, 12 mil metros cúbicos de oxigênio por dia e hoje o consumo está em 80 mil metros cúbicos/dia.