Projeto conta com a participação de estudantes da Escola Bosque. Foto: Divulgação
No período de estiagem as comunidades ribeirinhas no Arquipélago do Bailique, no litoral do Amapá, sofrem com o processo de salinização da água, que fica imprópria para consumo e plantio. Buscando ajudar no processo de criação de hortaliças, professores e estudantes da Escola Bosque do Amapá se uniram para construir um mecanismo que pudesse separar o sal da água.
O projeto “Horta Show” iniciou em 2023 e é realizado na escola pelos professores de ciências da natureza, juntando as áreas de biologia, física e química. Segundo a professora de química, Marcela Gomes, essa ação é essencial para que as hortaliças possam ser plantadas nas comunidades atingidas pela salinização da água.
“O consumo das hortaliças é essencial para que se tenha uma alimentação saudável, então aprender sobre essas plantas, a dessalinização, condensação (mudança do estado gasoso para o estado líquido) e destilação da água são processos para que a gente tenha essas plantações no Distrito do Bailique. A intenção é levar o projeto para outras escolas ribeirinhas”, disse a professora.
O projeto foi um dos destaques da Feira de Ciência e Engenharia do Estado do Amapá, sendo selecionado para a Expo Nacional Milset Brasil.
Os primeiros protótipos foram realizados com garrafas pets para armazenar a terra, no entanto, houve um excesso de calor, causando desidratação e danos nas folhas. Então a equipe trocou o local para e começou a utilizar o Bambu, porém ele não é encontrado com facilidade na região. Na terceira tentativa a equipe utilizou o tronco de árvore oca, e o resultado foi o esperado.
O professor coordenador da área de Ciências da Natureza, Samuel Quaresma, explicou a escolha pelo tronco da árvore oca.
“Esse tipo de tronco é muito encontrado aqui na região, e ele não absorve tanto o calor. Mas, não descartamos a garrafa Pet, nem o bambu. O experimento com garrafa Pet irá ficar na sombra, inclusive com o uso da garrafa, vamos eliminar um pouco o lixo que a população produz”, disse o coordenador de Ciências da Natureza da escola.
Para a estudante, Amylee Gabrielly da Costa Santana, de 16 anos, o projeto é muito importante, tanto para a comunidade, quantos para os alunos da escola.
“O projeto é muito importante para mim e me ajuda como jovem ribeirinha e como estudante. Ele abriu muitas portas para mim e para nossa escola. Nunca imaginei que o nosso projeto fosse ser visto e apreciado por tantas pessoas e isso é muito gratificante para mim”, disse a estudante.
De acordo com os professores do projeto, eles ainda pretendem alcançar o desenvolvimento das hortas, com maiores plantações, diversidade de hortaliças e plantas medicinais através do projeto.
*Por Luan Coutinho, da Rede Amazônica AP