Ossada de baleia-jubarte encontrada em rio no Amapá será exposta no Museu Sacaca

A ossada foi acolhida por profissionais do Iepa, que passaram a estudar o animal.

As mais de 250 peças de uma ossada de baleia-jubarte, encontrada encalhada em 2018 no Arquipélago do Bailique, no Amapá, vão ser expostas pela primeira vez ao público. A montagem do projeto iniciou dia 18 de julho no Museu Sacaca, em Macapá, e pode levar pelo menos três semanas para ser finalizada.

Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

O animal do gênero Megaptera novaeangliae encalhou em praia de rio e foi achado por moradores da localidade de Ilha Vitória, no Arquipélago do Bailique, a 180 quilômetros de Macapá. Foi o primeiro registro de encalhe dessa espécie marinha na costa amapaense.

Uma baleia do tipo pode alcançar até 16 metros e pesar 45 toneladas. O espécime identificado no Amapá morreu ainda jovem, de acordo com os cientistas, e tinha 11 metros.

A estrutura estava guardada no acervo do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). Na época, a exposição foi orçada em R$ 90 mil, mas o valor total necessário foi fechado em R$ 150 mil para que fosse possível custear o trabalho especializado.

Foto: Divulgação/Acervo Iepa

Especialistas em ossadas de baleia-jubarte foram contratados para realizar a montagem da exposição, e por isso o orçamento precisava contemplar esse tipo de serviço.

“Os ossos do animal ficaram um tempo enterrados depois que foram transferidos aqui para Macapá. Posteriormente, foi desenterrado e, agora, nós estamos no processo de preparação osteológica do animal para que ele fique pronto para fazermos a osteomontagem, que é a estruturação definitiva do esqueleto, para que seja aberto para a exposição”,

detalhou Antônio Carlos Amâncio, especialista em osteomontagem.

A exposição no Museu Sacaca é a iniciativa piloto para o planejamento de um museu de história natural no Iepa, que deve ter uma seção específica para itens osteológicos – nome dado ao estudo dos ossos.

“É um marco nosso porque é a primeira baleia que encalha no Arquipélago do Bailique, uma vez que, historicamente, não há nenhum registro na região”, comentou o diretor do Iepa, Allan Kardec.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Ossos da baleia

A ossada logo foi acolhida por profissionais do Iepa, que passaram a estudar o animal. O trabalho também teve ajuda do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

A primeira missão era trazer o material para a sede da capital. Em janeiro de 2019, foi realizada a primeira operação de resgate, que retirou os ossos da margem do rio para uma região onde a água não pudesse chegar, e, assim, evitar a perda de peças.

Em julho do mesmo ano houve a escavação dos ossos, a lavagem e secagem deles, e, assim, a inclusão no acervo do Iepa. A exposição permanente ainda não tinha sido realizada por falta de recursos.

Tecidos dos ossos foram coletados pelo Instituto Mamirauá, que buscou identificar à qual família o animal pertence e qual era o sexo. Não se sabe o que causou a morte da baleia.

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