Com quase 4 milhões de hectares, o parque é a uma das partes mais bem preservadas da região amazônica e corresponde a 26,4% do Estado do Amapá.
O Parque Nacional (PARNA) Montanhas do Tumucumaque (PNMT) fica localizado no Oeste do Amapá, Norte do Pará e faz fronteira com o Suriname e a Guiana Francesa. Está distribuído nos municípios de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio, no Amapá; além de Almeirim, no Pará. São 3.867.000,00 hectares, o que o faz ser considerado o maior parque nacional brasileiro.
Criado no dia 23 de agosto de 2002, por meio de um decreto federal s/n, o PARNA está dentro do projeto Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) e é uma área considerada prioritária para a manutenção da biodiversidade, de acordo com um estudo técnico realizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O parque tem sua importância essencial, pois possui uma parcela da floresta tropical que é considerada a menos impactada que existe, sendo assim um dos poucos lugares no mundo em que estratégias de conservação e desenvolvimento sustentável podem ser adotadas.
Importância histórica
A área abrigou um percurso histórico que remonta à disputa entre portugueses e espanhóis e a assinatura do Tratado de Tordesilhas. Também foi alvo de iniciativas de países europeus em ocupar a Amazônia, como a disputa direta entre França e Brasil pela soberania do território, entre o Amazonas e o Oiapoque. A “briga” terminou em 1900, por meio do Tratado de Arbitragem decidido na Suíça, que estabeleceu no plano internacional os limites definitivos de fronteira, reafirmando a base do ‘Tratado de Utrecht’.
Antes da chegada dos europeus, a região que hoje são as Guianas, o estado do Amapá e o norte do Pará, foi local onde aconteceu um intenso movimento migratório de diferentes grupos indígenas.
Os primeiros registros de ocupação humana da região entre o atual Estado do Amapá e a foz do Rio Orenoco, na Venezuela, datam de 12.000 anos. Pesquisas arqueológicas atestam em 2.000 anos a presença de grupos de língua Aruaque, que já praticavam a agricultura.
A área onde está o parque e seu entorno foi um refúgio para os Wayana e os Wajãpi, uma área isolada e imune às influências dos imigrantes estrangeiros e à pressão territorial. Vários grupos indígenas que habitam a região do entorno do Parque e estão divididos em dois troncos linguísticos: Caribe (Tiriyó, Wayana, Aparai e Kaxuyana) e Tupi-Guarani (Wajãpi).
Tumucumaque é um nome utilizado apenas pelos não indígenas, segundo os Wayana, que se referem a essa região de serras como Tuna enatëre, na zona de cabeceiras onde consideram que nascem os rios Paru e Jari. Os Wayana da Guiana Francesa usam o termo Topu konõto (grandes pedras) para essa região. Já os Wajãpi não possuem um termo único para designar a cordilheira, dividindo em nomes específicos para cada serra.
Para visitar a região é necessário solicitar autorização de entrada para a equipe gestora do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e é possível ficar em uma base utilizada para o turismo, como uma área de acampamento adaptada às condições amazônicas. Também é possível se hospedar nas comunidades mais próximas.
Trilhas pela floresta; banhos nos rios, corredeiras e cachoeiras; além da observação da natureza são atrativos turísticos do PNMT.