Bioparque da Amazônia recebe filho de peixe-boi resgatado no arquipélago de Bailique

Animal que estava preso em uma rede de pesca, recebeu cuidados e apresenta ótimo estado de saúde

Neste sábado (13), a equipe de fauna da Fundação Bioparque da Amazônia recebeu um filhote recém-nascido de peixe-boi. O animal foi resgatado pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amapá (PM/AP) nas proximidades do Porto Fábrica, no Distrito do Bailique, distante 180 km de Macapá. O animal que estava preso em uma rede de pesca, recebeu cuidados e apresenta ótimo estado de saúde.

De acordo com o diretor-presidente do Bioparque, Marcelo Oliveira, por volta de 8h o Batalhão Ambiental entrou em contato com o Bioparque para receber o animal. “Fomos acionados para receber o peixe-boi pela manhã, no entanto, atualmente o parque não pode receber animais silvestres, então em virtude da situação excepcional conversamos com a Promotoria do Meio Ambiente para a liberação do recebimento do animal”, explicou.

A bióloga Danielle Lima, membro do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos (GPMAA) e da Rede de Pesquisa e Conservação de Sirênios no Estuário Amazônico (SEA), ambas iniciativas do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), detalhou como foi realizado no primeiro atendimento ao animal. “O Batalhão Ambiental entrou em contato conosco e, a partir de então, uma rede de comunicação foi estabelecida, envolvendo o Bioparque, o Ministério Público, Instituto Mamirauá e o próprio Batalhão.

Após as tratativas necessárias, o animal foi transportado para o Bioparque da Amazônia, onde recebeu o primeiro atendimento. Junto disso, procedimentos como medidas corporais e o peso foram registrados, bem como uma inspeção física. O filhote apresentou 96 cm de comprimento total e 17 kg e não apresentou qualquer escoriação. O peixe-boi é uma fêmea, com características corporais que indicam poucos dias de vida.

A equipe do GPMAA/SEA/IDSM repassou ao Bioparque as orientações necessárias quanto à alimentação, dieta especial e condizente com a condição do animal e faixa etária, e continuará dando o apoio técnico necessário. O animal permanecerá sob monitoramento nas próximas 24h como forma preventiva.

O biólogo responsável pelo Bioparque, Breno Nery, explica que o parque tem condições técnicas e estruturais para receber o animal em virtude de já realizar o manejo da espécie. “O animal recebido hoje pelo parque será acompanhado pelo Instituto Mamirauá durante o tempo necessário para estabilização e após este período ele será encaminhado para reabilitação de soltura na natureza, como o Buriti e a Perpetua”, finalizou.

De acordo com as informações repassadas pela Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Conflitos Agrários (Prodemac), foi concedida a autorização ao Bioparque para receber o animal porque o Estado não possuir espaço para destinação correta do animal. O documento informa a falta de condições materiais e de pessoal técnico para acompanhar o animal nas dependências do Batalhão Ambiental.

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