Pesquisa analisa papel das mulheres na conservação da agrobiodiversidade da Rodovia Transacreana

A pesquisa tem como foco compreender de que forma as mulheres mantêm práticas agrícolas, o saber sobre plantas medicinais e fortalecem a segurança alimentar de suas comunidades na região.

Pesquisa também resultará na produção de um documentário. Foto: Rosana Cavalcante

Uma pesquisa realizada na Rodovia Transacreana tem envolvido mais de 300 mulheres do Movimento de Mulheres Camponesas da Transacreana com o foco de compreender de que forma essas mulheres mantêm práticas agrícolas, o saber sobre plantas medicinais e fortalecem a segurança alimentar de suas comunidades.

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O trabalho de pesquisa de pós-doutorado ‘O papel das mulheres na conservação da agrobiodiversidade ao longo da Rodovia Transacreana em Rio Branco’ é da professora e ex-reitora do Instituto Federal do Acre (Ifac), Rosana Cavalcante, sob a supervisão da pesquisadora Dra. Viviane Kruel (Jardim Botânico do RJ), por intermédio da Escola Nacional de Botânica Tropical do Rio de Janeiro.

A pesquisa também resultará na produção de um documentário intitulado ‘Sementes de Resistência’, previsto para ser lançado em março de 2026.

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“Elas são verdadeiras guardiãs da agrobiodiversidade. É conhecer as mulheres lá da Transacreana, mas saber o que elas plantam, de onde elas vêm, se o que elas plantam nos seus quintais veio transmitido da mãe, da avó, ou seja, qual o papel da mulher, a importância da mulher na preservação da agrobiodiversidade. E também a gente vai gravar um documentário com as mulheres da Transacreana, que se chama Sementes de Resistência. Vim convidar a vice-governadora, para que ela conheça esse trabalho com essas mulheres e visitar esse projeto,” disse Rosana.

A pesquisadora apresentou o trabalho para a vice-governadora do Acre, Mailza Assis, no dia 16 de setembro.

Pesquisa mostra o papel das mulheres na conservação da agrobiodiversidade ao longo da Rodovia Transacreana. Foto: Rosana Cavalcante
Foto: Rosana Cavalcante

Visibilidade paras as mulheres

Segundo Rosana, a proposta é dar visibilidade às mulheres que, apesar de serem responsáveis por grande parte da produção de alimentos, enfrentam desafios como falta de acesso à terra em seus nomes, crédito rural limitado e ausência de assistência técnica adequada.

“O que eu percebo? Invisibilidade. O que eu tenho que fazer? Estudar e mostrar para o mundo quem são essas pessoas pra gente tomar alguma providência. Não tem como, o documento da terra, ou seja, a mulher está na terra, mas o documento está no nome do marido dela, existe uma política do governo federal que vê isso. Mas o que mais a gente pode fazer para ajudar essas mulheres? Só 5% delas têm acesso ao crédito. Como a gente vai botar essas mulheres para ter mais acesso e assistência técnica rural?”, destacou.

Para Rosana, é fundamental que o poder público reconheça esse universo de mais de 10 mil famílias que vivem na Transacreana e inclua suas demandas em programas de governo. “É uma pesquisa científica, mas ao mesmo tempo é uma forma da gente conhecer aquela região, que não tem nada publicado”, pontuou.

A vice-governadora Mailza Assis parabenizou a iniciativa, ressaltando a importância de pesquisas que valorizem a participação feminina no desenvolvimento do estado. “É um trabalho inspirador, que mostra a força e a resistência das mulheres camponesas do Acre. Quero conhecer de perto esse projeto e contribuir para que ele se transforme em políticas públicas que ajudem essas mulheres a terem mais dignidade e oportunidades”, afirmou.

*Com informações da Agência Acre

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