A nova espécie foi coletada durante expedições realizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago do Amapá, em Rio Branco.
O artigo “Passiflora acreana, a new species of Passiflora subgenus Passiflora (Passifloraceae sensu stricto) from Acre, Brazil” explica que a nova espécie foi coletada durante expedições realizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago do Amapá, em Rio Branco. A descoberta aconteceu no âmbito de projeto de iniciação científica conduzido por estudantes do Laboratório de Botânica e Ecologia Vegetal da Ufac.
A ‘Passiflora acreana‘ é uma espécie morfologicamente similar a três que ocorrem no Brasil e difere delas por apresentar corona, a estrutura que circunda a parte central da flor, com dez séries de filamentos de tonalidade branca na base e lilás na porção restante; seus frutos são amarelados quando maduros.
Duas características distintivas estão nas folhas: a estípula, folha modificada pequena que existe na base da folha normal, tem formato de rim; e o pecíolo, estrutura que conecta a folha no ramo, possui oito glândulas pedunculadas.
A descoberta dessa espécie de maracujá no Acre eleva para 163 o número de espécies do gênero encontradas no Brasil e para 29 o número de espécies registradas no Acre. Segundo Marcos Silveira, quanto ao estado de conservação, considerando que tanto a área de ocorrência e de ocupação são quase que exclusivamente restritas à APA, essa novidade surge na condição de criticamente em perigo.
“Essa descoberta estimula a ampliação dos estudos sistemáticos feitos no Acre com a família dos maracujás e fortalece a parceria salutar com especialistas de universidades da região Sudeste do Brasil, com recurso aprovado para realização de pós-doutorado no nosso Estado”,
disse Silveira.
Desde 2018 até o momento, quando alunos de Ciências Biológicas da Ufac começaram a estudar a flora e funga da APA do Lago do Amapá, foram registradas 482 espécies, sendo que 30 não constavam na lista de espécies da flora do Acre e cinco não haviam sido reportadas à flora do Brasil. A pesquisa também redescobriu uma espécie de trepadeira que não era vista há quase 150 anos, quando foi coletada no Brasil Central.