Agroqueen do Acre: jovem viraliza na internet por mostrar o dia a dia no campo

Com bom humor e leveza, ele mostra técnica ao montar a cavalo e divulga uma rixa divertida entre ele e as vacas.

É na fazenda da mãe que o jovem zootecnista Thawan Martins, de 24 anos, grava conteúdos para a internet mostrando o dia a dia no campo. Um de seus vídeos viralizou nas redes sociais ao ser compartilhado por diversas páginas nacionais na última semana, chegando a ser visto mais de 288 mil vezes.

Na descrição do Instagram ele já se apresenta como “agroqueen, camponesa cavaleira vaqueira esportiva”, e tudo isso já quebrando o tabu do que geralmente seria um “homem no campo”, área, maioria das vezes, bastante machista.

Agroqueen do Acre. Foto: Reprodução/Instagram

Com bom humor e leveza, ele mostra técnica ao montar a cavalo e divulga uma rixa divertida entre ele e as vacas, que tira gargalhadas de quem assiste. Apesar de ter ganhado força no Instagram somente na semana passada, ele já reúne mais de 500 mil seguidores do TikTok.

Foi ao lado dos animais e mostrando seu trabalho na fazenda que Thawan conseguiu cativar os internautas com sua vida no campo, com vídeos gravados em uma fazenda de Sena Madureira, cidade do interior do Acre, que tem pouco mais de 47 mil habitantes.

Ele conta que passou a se dedicar mais na produção de conteúdo no ano passado, quando terminou o curso de zootecnia.

“Passei a postar mais vídeos, mas sempre mostrava meu trabalho. Porém, depois de formado e de estar mais tranquilo com os estudos, comecei a criar conteúdo com mais detalhes, mais gravação e me dediquei mais. A fazenda é da minha mãe e a gente faz de tudo um pouco, moramos lá”, 

conta.

Pronomes femininos 

Thawan faz questão de se referir a ele mesmo no feminino e isso é proposital, como uma forma de ocupar um espaço que ainda hoje tem um estereótipo que já não reflete mais a realidade.

“Exatamente por isso sempre me refiro com pronomes femininos, que é para fazer esse protesto, esse ativismo, para tentar quebrar essa imagem de que o peão precisa ser machão. É pra tentar afrontar e deixar uma coisa mais minha cara mesmo, porque o espaço deve ser pra todos. Por isso que sempre coloco esses termos femininos e tento ocupar esse espaço que já existe”, explica.

O primeiro vídeo a viralizar, segundo ele, foi montando o cavalo. Com algumas técnicas bem diferentes, ele diz que foi o que mais chamou atenção: “Gosto muito de postar coisas para chamar atenção, que sejam inovadoras e que ninguém faz. Faço alguns mortais em cima do cavalo, que é algo que quase ninguém faz e aí comecei com a cavaleira mostrando um pouco disso”.

Os vídeos de montaria começaram a ser considerados, pelo TikTok, como atos perigosos. Foi quando ele passou a apostar mais no Instagram e também incluir vídeos com as vacas da fazenda.

“Comecei a postar com as vacas e achei que nem ia viralizar muito, porque achava que não ia ser divertido, mas foi um ‘boom’. Aí passei para 500 mil seguidores, depois veio a camponesa, que comecei a incluir e mostrar mais minha vida no campo”, explica.

Atualmente, ele tem mais de 500 mil seguidores no TikTok e mais de 45 mil no perfil do Instagram. Ele disse que tem o apoio da família, que no começo ficou receoso, mas que hoje entra na onda e se diverte junto com ele.

“Minha mãe se amarra nos vídeos, ela gosta muito de ver as vacas dela. No início ela ficava receosa, porque pensava na segurança e não gostava de mostrar as vacas dela para o público. Mas foram as vacas afrontosas dela que me fizeram viralizar. Até o ódio que recebo delas me faz subir”, conta bem-humorado.

Questionado se, com o crescimento na internet, pretende abandonar a vida no campo, Thawan garante que não: “Gosto de onde moro, dessa área rural. É meu paraíso e não me vejo fora de lá, posso realizar outros trabalhos, mas lá é sempre onde quero estar no final do dia. Posso até um dia sair, se eu tiver alguma proposta muito grande, mas nunca me afastar completamente. Eu gosto muito de lá, da família e do que nós temos, e, se eu não cuidar, quem vai cuidar? É um patrimônio que não posso deixar em qualquer um. E hoje eu faço exatamente o que eu sempre quis fazer”.

*Por Tácita Muniz, do g1 Acre

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