Viver no Acre tem suas particularidades. Muitos imigrantes nordestinos buscaram na região o sonho de uma vida melhor. Com eles, trouxeram também um pouco da cultura de outros Estados. E dessa mistura de crenças, hábitos e tradições, começou a surgir um vocabulário próprio: o “acreanês”.
Veja se você entende: “Bom mesmo seria que eu ‘xiringasse’ uma ‘ruma’ de palavras que não faz sentido algum para quem não mora aqui no Estado. Aí depois, já que ninguém entendeu nada ‘mermo’, o bom seria ir para um ‘piseiro’ e ‘espocar’ de vez o meu vocabulário”.
E olha que esses são apenas alguns dos termos mais comuns e tem muito mais como esses espalhados pelas conversas por aí. Mas vamos traduzir o que foi dito:
Mas, afinal, qual é a importância e a origem dessas palavras típicas de cada região? Definidas como fenômeno linguístico, elas são empregadas em determinados grupos sociais. No caso das gírias típicas de Estados, o único diferencial é que o grau de aceitação ganhou uma amplitude ainda maior.
O especialista em lexicologia (ciência que estuda uma grande quantidade de palavras de um determinado idioma sobre diversos aspectos), Alexandre Melo, explica que esses termos são importantes porque marcam uma determinada região. Alguns se tornam tão presentes, que acabam incorporados ao vocabulário e até passam a ser encontrados em dicionários da língua portuguesa.
“Existe o vocabulário regional, que não necessariamente é uma gíria porque ela ganha força e permanece no vocabulário. Aí falamos que esse é um vocabulário regional e existem as gírias que são mais ou menos temporárias. Então nós temos as palavras próprias do Acre e, portanto, uma característica, um perfil léxico do povo acreano”, esclarece o professor.