A expedição, que faz parte do projeto Ecodrones Brasil, foi realizada de forma inédita, no final de 2016. A proposta foi testar e aprimorar técnicas e metodologias para a utilização de drones em pesquisas científicas e utilizá-los para otimizar atividades de campo que exigem grande esforço da equipe e alto investimento de recursos. Ao todo, a viagem percorreu 400 km pelo Rio Juruá, próximo ao município de Tefé, no Amazonas, em oito dias, e avistou 791 botos.
Segundo ele, o projeto inova em ser o primeiro a utilizar a tecnologia para monitoramento populacional de botos. “É a primeira vez no mundo que um trabalho como esse é feito com mamíferos aquáticos em rios amazônicos. Já houve registro de comportamento de botos. Mas um censo, ou densidade populacional, nunca foi feito”, relatou.
Assista ao primeiro episódio da ‘Expedição Ecodrones – Botos da Amazônia’:
A pesquisadora do Instituto Mamirauá e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Daiane da Rosa disse que foi uma experiência nova para todos e a primeira vez que um grupo fez estimativas de botos no Rio Juruá, das espécies cor-de-rosa (Inia geoffrensis) e tucuxi (Sotalia fluviatilis). “Do Acre até o Solimões, na desembocadura do rio, o Rio Juruá passa por três Reservas Extrativistas (Resex): do Alto, do Médio e do Baixo Juruá. Com essa pesquisa, nós conseguimos contemplar quase completamente a do Baixo Juruá. Por mais que se trate de uma Resex em terra, nós sabemos que o rio acaba sendo uma zona de amortecimento dessas reservas, então por isso a importância de estudar também a fauna do rio”, afirma.