Agricultura familiar: conheça o café e doces produzidos na TI Raposa Serra do Sol em Roraima

Os indígenas macuxis da comunidade Kawuê expuseram seus produtos e chamaram a atenção dos visitantes na Expoferr 2023.

Situada no nordeste do Estado de Roraima, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol é um lugar cheio de belezas e riquezas naturais. Durante o segundo dia da 42ª edição da Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr), nesta quarta-feira (15), indígenas da comunidade Kawuê, localizada no Sítio Cachoeirinha, expuseram produtos oriundos da agricultura familiar dessa região.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Na língua Makuxi, a palavra ‘imeru‘ significa cachoeira. Foi com esse nome que Olindina Calleri batizou a sua empresa familiar. Ela entregou para o seu filho Itamar Calleri as primeiras mudas de café. Atualmente, toda a família Calleri (Nerci – esposa – e os filhos Ana Karoliny, Gabriel Henrique e Lucas) está imersa no processo cafeeiro desse produto genuinamente roraimense.

Este ano, eles foram com o único propósito para a Expoferr: mostrar o sabor do café Imeru.

“Nossa produção é pequena. Estamos aumentando agora, pois somos uma empresa orgânica. Estivemos aqui no ano passado e agora estamos voltando com mais café. Trouxemos duas opções diferentes, o café miangue e o tópazio”,

destacou Nerci Calleri.

Já o produtor Idio Nascimento Teles apresentou o seu produto para o público da Expoferr pela primeira vez. O nome do café produzido por ele é ‘kaikuri‘, que significa onça na língua macuxi. “Os grãos são selecionados e naturais. O café da Serra do Sol tem um sabor diferente e agradável. Essa é a primeira edição que participamos, mas já sentimos que a feira vai elevar o nível do nosso produto”, disse.
Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Doces

O cupuaçu é um fruto sagrado para o povo macuxi. Na comunidade do Kawuê, o cupuaçu é fonte de renda e sonhos. Nas florestas de Pacaraima, eles cultivam o cupuaçu e estão estudando uma forma de utilizar 100% do fruto. 

“Estamos com um projeto em andamento onde vamos aproveitar a amêndoa do cupuaçu para fazer chocolate, além de fazer farinha a partir da casca. E não podemos esquecer dos nossos doces e o carro chefe, a jujuba de cupuaçu”, destacou o empresário James Brandão, dono da marca Yu’ Prima Vera.

Em todas as barracas da Expoferr, os indígenas mostravam orgulhosos os produtos oriundos da agricultura familiar. “É uma satisfação trazer um pouco do nosso trabalho e mostrar a tradição indígena. Queremos ocupar um espaço que nos pertence, chega de ficar deslocado quando se trata de empreendedorismo. Queremos abraçar as tradições dos povos originários e provar que conseguimos produzir produtos de qualidade”, disse Brandão. 

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Sobre a Expoferr

Ao todo, 93 mil m² de infraestrutura estão montadas no Dandãezinho, localizado no bairro Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, onde é celebrada a 42ª edição da Exposição Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr). O evento possibilita a geração de negócios e empregos diretos e indiretos. É estimada uma média de 80 mil visitantes por dia na edição de 2023.

O público pode vivenciar diversas experiências ligadas ao agronegócio, ideias inovadoras, economia criativa, agricultura familiar, rota do agro, fazendinha, negócios internacionais, segurança jurídica, importação, pesca e aquicultura, vitrines tecnológicas, melhoramento genético, comercialização de veículos e produtos e, claro, praças com diversidade gastronômica típica da região. 

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