Saques do FGTS animam varejo do Amazonas

Com a liberação do saque do  Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de contas inativas, anunciado pelo governo federal, o comércio amazonense espera uma injeção de recursos que promete movimentar a economia. Para especialistas, a medida deve ajudar a recompor a renda dos trabalhadores e consequentemente destravar o mercado estagnado . Mesmo com a grande expectativa, segundo a Caixa, ainda não há dados referentes ao montante de contas inativas do Amazonas. 

Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio
O governo federal se reunirá nesta terça-feira (14) no Palácio do Planalto para divulgar o calendário de saque do recurso, que deve ser baseada no mês de aniversário do trabalhador.

Na avaliação do economista Francisco Mourão Júnior, a arrecadação das contas inativas deve movimentar a economia local. “Sem dúvidas esse dinheiro parado sem render vai movimentar uma economia que se encontra estagnada. Nós ainda estamos em um cenário de recessão, com Produto Interno Bruto (PIB) negativo, juros e desemprego em alta e, a prioridade do trabalhador será pagar suas contas ou comprar produtos de primeira necessidade”, disse Mourão.

Para o economista, a expectativa vai além do comércio que espera congelar as constantes quedas de faturamento, mas a utilização dos recursos também deve refletir na produção do Polo Industrial de Manaus (PIM). “Se esse trabalhador optar em fazer compras, o comércio faz o pedido para indústria que é impulsionada a produzir e isso faz todo o cenário girar”, afirmou.

Ainda segundo Mourão, mesmo com boas projeções para a economia local é preciso ressaltar que o impulso gerado pelas contas inativas será a curto prazo, sendo necessário outras medidas. O economista também alerta quem pretende usar o recurso para sair do vermelho. “Como muitos vão liberar o crédito para fazer novas dívidas, nesse processo é preciso utilizá-lo com prudência para não perder o controle financeiro”, orienta Mourão.

Já o vice-presidente da Fecomércio, Aderson Frota, pondera sobre a entrada dos recursos oriundos de contas inativas. A nível nacional são 10 milhões de pessoas que poderão fazer os saques e estimativa é de R$ 30 bilhões circulando no mercado. “Claro que se tudo isso for injetado na economia brasileira será bom para o mercado que voltará a circular dinheiro, além de receber uma injeção de ânimo. Mas acho esses valores altos e acredito que os volume das contas inativas são poucos porque na maioria das demissões são feitas o saque do FGTS”, explicou.

Para ele também é interessante não programar um calendário de saques muito extenso. “Se sair nesse ano será positivo, uma vez que se a economia absorve, os investimentos e empregos aparecem”, concluiu.

Cenário Nacional

De acordo com dados oficiais, atualmente há 18,6 milhões de contas inativas há mais de um ano, com saldo total de R$ 41 bilhões. Segundo o governo, a maior parte dessas contas tem saldo de menos de um salário mínimo e a expectativa é de que pelo menos, 70% das pessoas com direito ao saque procurem a Caixa para ter acesso aos saldos das contas. Para o presidente Michel Temer e defensores da ideia, os recursos mantidos nas contas inativas devem injetar até R$ 30 bilhões na economia ainda neste ano. 

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