A produção industrial do Amazonas registrou, em setembro alta de 6,8% frente a igual mês de 2016. Segmentos de informática, produtos eletrônicos e de bebidas foram os principais contribuintes para o crescimento no período. Com o indicador, o Estado apresentou o quinto melhor avanço do país e taxa acima da média nacional, de 2,6%. O setor também teve o bom desempenho no terceiro trimestre do ano ao registrar alta de 3,9%. Já de janeiro a setembro, a expansão foi de 2,5% e de 1,6% nos últimos doze meses. Por outro lado, na comparação com agosto a indústria amazonense amargou queda de 1,1%. Os dados foram divulgados na quarta-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam) e do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus (Sinaees), Wilson Périco, o bom desempenho da produção industrial é visto com otimismo moderado e pede cautela ao analisar os resultados.
“Os indicadores demonstram que o setor deixou de piorar, atingimos estabilidade, no entanto, não se pode falar em uma retomada. Mesmo com faturamento positivo não significa o aumento da atividade do Polo Industrial de Manaus (PIM)”, afirma.
De acordo com o IBGE, em setembro o setor industrial apontou alta de 6,8% na comparação com setembro do ano passado, sendo que quatro das dez atividades pesquisadas assinalaram aumento na produção. O resultado é a segunda taxa positiva consecutiva nesse tipo de confronto.
Na análise trimestral, o terceiro trimestre (que corresponde aos meses de julho, agosto, setembro) mostrou crescimento de 3,9%. O indicador foi mais intenso do que os no primeiro (1,0%) e segundo (2,3%) trimestres de 2017. “Os avanços trimestrais foram no mesmo sentido e estão bem alinhados”, observa Périco.
Ainda segundo a pesquisa, no índice acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Amazonas teve alta de 2,5%. A média nacional foi de 1,6%. Já nos últimos doze meses, o índice passou de -0,2% em agosto para 1,6% em setembro. Com isso, apontou a primeira taxa positiva desde setembro de 2014 (0,9%) e manteve a trajetória ascendente observada em junho de 2016 (-18,2%). Apenas na comparação com agosto, houve retração de 1,1% na produção, após recuar em julho (-2,7%) e avançar em agosto (3,3%).
“É importante destacar que o comparativo está sendo feito com um dos piores períodos para a economia brasileira, que foi o ano passado. Acredito que para melhorar a atividade é preciso primeiro estabilizar o desemprego no país, isso dará maior segurança e tranquilidade ao consumidor voltar a investir não só em bens de primeira necessidade”, frisa o empresário.
Por segmento
Conforme o IBGE, com a expansão de 6,8% no nono mês do ano frente a setembro de 2016, o setor registrou aumento na produção em apenas quatro das dez atividades pesquisadas no Estado. O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,1%) e de bebidas (14,1%) continuam exercendo as contribuições positivas e apresentaram os melhores índices.
“Houve a mudança na transmissão televisa de analogico para digital, o que impulsionou maior produção de televisores. Equipamentos de informática e tecnologia tem o apelo comercial por fazer do lazer e lado profissional do consumidor. Já de bebidas, sempre é impulsionado pela maior produção na preparações em xarope para fins industriais “, explica Périco.
Vale mencionar ainda o avanço vindo do setor de máquinas e equipamentos (14,9%), puxado pela produção de aparelhos de ar-condicionado. “Outra atividade que vem demonstrando dados positivos é de duas rodas, claro que isso não significa que esteja aquecida, mas aponta que as fábricas já venderam os produtos estocados”, acrescenta o empresário. Já os principais impactos negativos vieram dos setores de produtos derivados de borracha e material plástico (-11,5%) e de outros equipamentos de transporte (-6,4).
Balanço
Com crescimento de 2,5 % no acumulado dos nove meses do ano, o setor industrial amazonense registrou alta em seis das dez atividades investigadas. O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (25,2%) exerceu a contribuição mais relevante sobre o total da indústria, impulsionado, pela maior produção de televisores.
Também registraram avanços os setores de máquinas e equipamentos (43,2%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (18,4%) e de produtos de borracha e de material plástico (9,2%). Em contrapartida, os principais impactos negativos vieram dos ramos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,5%), de bebidas (-4,8%) e de outros equipamentos de transporte (-8,6%).
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