Em visita ao Amazonas pela primeira vez nesta sexta-feira (10), o embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, conhecerá um dos principais projetos de colaboração científica entre os dois países: a Torre Atto. O projeto, realizado em uma parceria entre os institutos Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Max Planck de Biogeoquímica, na Alemanha, inciará os trabalhos de medidas de fluxo de carbono, de aerossóis, de propriedades da vegetação, dentre outros estudos, além de realizar pesquisas para entender o bioma amazônico.
Segundo o embaixador, o projeto já obteve um investimento de quatro milhões de euros (cerca de R$ 12 milhões) e é significativo para o país europeu. “Estamos extremamente interessados em medir o transporte de gases estufa e outros poluentes, não somente em curta distância ,mas distâncias longas. Aqui se pode medir de maneira que não é possivel em nenhum outro lugar. O interesse é comum porque juntos lutamos contra a mudança do clima, contra a poluição internacional”, declarou Witschel.
Uma visita à torre, localizada na Reserva do Uatumã (à 150 km de Manaus), está programada para este sábado. “Estou curioso porque é a primeira vez na região, mas também porque falamos de um projeto científico para medir, analisar e avaliar essa interação do bioma amazônico e das mudanças climáticas globais”, afirmou.
Além da parceria cientítica, o embaixador lembrou que a Alemanha também possui investimentos em uma variedade de projetos ambientais no Estado. “A Alemanha já investiu mais de 100 milhões de euros [mais de 335 milhões de reais] em projetos ambientais, como o cadastro rural, mas também em vários municípios para ajudar a reduzir o desmatamento e introduzir uma economia mais sustentável”, informou.
Em reunião com pesquisadores do Inpa, o Witschel afirmou que a visita à torre é uma das prioridades da vinda ao Amazonas, além de discutir possibilidades de manter o um projeto como este, que demanda recursos, em condições adequadas.
Diretora do Instituto Max Planck de Biogeoquímica na Alemanha, Susan Trumbore comentou que a parceria com o Inpa ajudar ambos países a “entender melhor o papel da floresta”, principalmente com relação às mudanças no clima global. “O objetivo é entender como a troca de gases do efeito estufa entre a floresta tropical afeta o futuro de todo o planeta. O mundo precisa de uma plataforma no meio da Amazônia para entender o seu papel e sua influência”, explicou, referindo-se ao projeto da Torre Atto.
*Colaborou Walter Corrêa, da CBN Amazônia