Santarém: cultura e história se entrelaçam numa das cidades mais antigas da Amazônia

Sua privilegiada localização e aspecto natural lhe deram o título de Pérola do Tapajós, por causa desse rio de águas esverdeadas e cristalinas.

Vamos atualizar o Diário de Bordo da Expedição Pedro Teixeira, a Nova descoberta do rio das Amazonas

Olimpio Guarany, capitão da Expedição

Uma semana em Santarém foi o suficiente para conhecermos não só as suas belezas naturais, mas a sua rica história que nos remete ao século 17. A cidade está localizada na mesorregião do baixo amazonas, no oeste do Pará, distante cerca de 750 km de Belém.

Sua privilegiada localização e aspecto natural lhe deram o título de Pérola do Tapajós, por causa desse rio de águas esverdeadas e cristalinas. O Tapajós tem o privilégio de banhar a cidade.

Andando por Santarém dá para perceber sua rica cultura se entrelaçando, tecendo uma cidade que encanta e desafia a descobri-la nos detalhes da arquitetura portuguesa, na beleza da arte e cultura indígena e no sagrado e profano de suas festas.

Vista aérea de Santarém / Autor: OGuarany

Centro cultural João Fona

Centro cultural Joaõ Fona/ autor: OGuarany

Santarém também é conhecida por suas belas praias que esbanjam beleza em boa parte do ano quando as águas do rio baixam. Quem navega pelo Tapajós tem o privilégio de desfrutar do visual de uma extensão de quilômetros de praias de areias brancas.

Antes dos portugueses, os índios tupaius viviam aqui. Trabalhavam na agricultura, aliás considerada avançada para a época, mas também eram bons caçadores e pescadores.

Quando os jesuítas chegaram para catequizar os índios e fundar o povoado na aldeia dos tupaius, em meados do século 17, foi o padre João Felipe de Bettendorf quem veio com a missão de estruturar o povoado e explora-lo economicamente, mas encontrou uma sociedade organizada, estratificada e com sistema de produção agrícola bem definido. A primeira igreja que ele ergueu a consagrou a Nossa Senhora da Conceição.

Catedral N.Sra. da Conceição

Catedral N.Sra. da Conceição/ Autor: OGuarany

Na semana passada comentei sobre a divergência entre historiadores a respeito da construção da catedral de Nossa Senhora da Conceição. Há quem defenda a tese de que a obra da igreja já tinha sido iniciada quando o governador Mendonça Furtado ordenou a nova construção e que o projeto não seria do arquiteto Antonio Giuseppe Landi como muitos historiadores destacam, mas esse é um assunto para uma outra discussão.

O certo é que em 1758 quando o governador do Grão Pará esteve por aqui, transformou o povoado fundado pelos jesuítas em vila, dando-lhe o nome de Santarém, em homenagem a cidade portuguesa do mesmo nome.

Em 1867 quando o pesquisador Domingos Ferreira Pena descreveu a cidade, Santarém tinha apenas cinco ruas e 6 travessas. Hoje, a região central ainda guarda prédios remanescentes da colonização portuguesa, especialmente do período em que se tornou a cidade mais importante da região.

Alguns se destacam como o solar do Barão de Santarém, construído na metade do século 19 em estilo colonial português. Tem sete portas e foi decorado com móveis trazidos de Portugal. 

Vista a partir do mirante

Vista a partir do mirante/ Autor: Oguarany

Subimos até uma colina, onde havia uma fortaleza. Hoje o local abriga um mirante que permite contemplar o fenômeno do encontro das águas do Amazonas com o Tapajós. Dois rios, duas cores, correm na mesma direção, mas não se misturam. O fenômeno se explica pela diferença de temperatura das águas e pela alta densidade do Amazonas.

Na próxima semana vamos revelar curiosidades que nos deixaram impressionados em Santarém destacando as marcas culturais dos nossos ancestrais na região.

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