Vídeos antigos de desmatamento na Amazônia são divulgados como atuais

Imagens mostrando extração de madeira ilegal no Pará são de 2019. Desmatamento na Amazônia caiu pela metade em 2023.     

Peças de desinformação estão repercutindo imagens antigas de caminhões extraindo madeira ilegalmente na Amazônia como se fossem atuais. A gravação que tem repercutido nas redes sociais é de 2019 e foi realizada na região da cachoeira do Aruã, cerca de 100 km de Santarém (PA).

A área sob alertas de desmatamento na Amazônia caiu 49,9% em 2023 na comparação com 2022, segundo dados do sistema Deter-B, do Inpe, divulgados em janeiro deste ano. O número é resultado da retomada da política ambiental e climática e das ações de fiscalização após quatro anos de retrocesso.

A redução anual é a maior da série histórica do Deter, que desde 2015 emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada por Ibama e ICMBio. A área sob alertas no bioma havia aumentado 25% em 2022 na comparação com 2021.

A queda do desmatamento em 2023 evitou o lançamento na atmosfera de aproximadamente 250 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2e). Isso corresponde a cerca de 14% das emissões do Brasil, tendo como base o ano de 2020, último dado oficial disponível.

De janeiro a dezembro de 2023, o Ibama aumentou os autos de infração por crimes contra a flora em 106% na comparação com a média de 2019 a 2022. A destruição de bens e os embargos cresceram 161% e 64%, respectivamente, no mesmo período. Já as apreensões aumentaram 79%.

Em janeiro deste ano, cerca de 119 km² de vegetação nativa foram perdidos na Amazônia. Isso significa uma queda de 29% ante o total de 166,5 km² observado em dezembro de 2023. Já no Cerrado, o desmatamento chegou a 295,9 km² no primeiro mês deste ano, uma redução de 33% em relação a janeiro de 2023, quando atingiu 440,5 km². 

Ações na Terra Indígena Yanomami 

Em 2023 o Ibama realizou mais de 600 operações em Terras Indígenas (TIs). Na TI Yanomami houve redução de 77% da área desmatada para abertura de garimpos de janeiro a novembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do programa Brasil MAIS, da Polícia Federal.

Cerca de 33 aeronaves e mais de 360 acampamentos de garimpeiros foram destruídos por agentes da fiscalização na TI Yanomami, além de centenas de motores, balsas e barcos usados ilegalmente.

Ibama e ICMBio apreenderam cerca de 5 mil cabeças de gado ilegais em Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Amazônia desde janeiro.

Após medidas emergenciais em 2023, uma nova fase de combate ao garimpo ilegal e garantia da proteção aos indígenas da região terá orçamento de R$ 1,2 bilhão para ações estruturais que fortaleçam a saúde pública, a fiscalização e o controle territorial, por exemplo. 

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