Do que estamos falando? De dinheiro ou de felicidade?

Pagar com gratidão e receber com gratidão são os dois lados da mesma moeda. É a gratidão que gera gratidão e vice-versa, uma potencializando a outra. Não é o mesmo o que ocorre com o amor correspondido e com sólidas amizades?

No artigo da semana passada, conversamos sobre o sentimento que vem junto com o dinheiro que recebemos ou que pagamos. Defendi que, de meus clientes, não quero receber apenas o dinheiro, mas a gratidão e o reconhecimento por um trabalho feito com empenho, que representa o meu melhor. Afirmei que o dinheiro é importante, mas não quita isto. Também refleti sobre os sentimentos que estou enviando junto com os pagamentos que faço, seja na feira, no restaurante ou em qualquer outro local. O sentimento recebido ou enviado junto com o dinheiro representa um tipo de energia que influenciará positiva ou negativamente o invisível, na entrada ou na saída do dinheiro, conforme explico melhor no livro O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital).

Sem pretender esgotar o assunto, há dois pontos que gostaria de complementar e que também causam grande influência na nossa relação com o dinheiro.

O primeiro deles é lembrar que reconhecer e agradecer pelo serviço que é recebido não significa que não sejamos exigentes na qualidade e no cumprimento do que é devido. Para não sair do exemplo da feira, me aborrece quando não vejo nas barracas o preço escrito dos produtos, o que obriga o cliente a comprar no escuro ou ficar perguntado item a item. Ou no supermercado, quando o valor cobrado no caixa é maior do que o que estava no cartaz da gôndola. Fico incomodado com a camisa que vem malpassada da lavanderia. Ter que esperar recorrentemente por um consulta com horário marcado e que nunca é respeitado me sentir desrespeitado. Nestas situações, o sentimento que deveria ser positivo no pagamento pode ser contaminado, o que prejudica a ambos, o outro lado e a mim mesmo. Eu me esforço para que isto não aconteça, mas nem sempre consigo.

Foto: Reprodução/LinkedIn

O segundo ponto é quanto ao sentimento pelo dinheiro recebido. Tão importante quanto vir impregnado positivamente é o sentimento com que o recebemos. Neste caso, o essencial é a gratidão. Mesmo que seja um valor menor do que desejaríamos.

Todos conhecemos pessoas que se referem ao próprio dinheiro que recebem de uma forma pejorativa, que o diminui ainda mais. Falam de seus salários, pensões ou aposentadorias, como se fossem quase nada. Querer mais é legítimo e até positivo, mas não implica em desvalorizar o que se tem. É uma atitude semelhante à pessoa que se deprecia porque não é perfeita (alguém o é?), enfatizando exageradamente os seus próprios defeitos e limitações.

Pagar com gratidão e receber com gratidão são os dois lados da mesma moeda. É a gratidão que gera gratidão e vice-versa, uma potencializando a outra de forma recursiva e recíproca. Não é o mesmo o que ocorre com o amor correspondido e com sólidas amizades?

É incrível como estes aspectos aparentemente tão subjetivos podem fazer tanta diferença em termos concretos, práticos e materiais. Talvez você mesmo, caro leitor, tenha esta experiência. Ou talvez nunca tenha parado para pensar sobre isto. Pode ser que você seja cético e acredite, como muitos, que dinheiro é só dinheiro. É apenas matéria que move matéria. Neste caso, convido você a testar e a observar o que acontece. Me refiro a cultivar a gratidão quando se paga e cultivar a gratidão quando se recebe,.

É um privilégio conhecer as histórias do Faraco, da Edna, do Joaquim, da Daniela, do Elias e de várias outras pessoas que, ao adotarem pequenas práticas, obtiveram tantos resultados na vida.

Afinal, do que estamos falando? De dinheiro ou de felicidade?

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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