Estudo analisa potencialidades das frutas no Alto Solimões

Grandes quantidades de frutas são extraídas de terras indígenas, e também a participação da mulher para o complemento de renda familiar

Geração de renda, promoção do uso das cadeias produtivas de frutas, além de valorizar os conhecimentos tradicionais dos municípios do Alto Solimões é o objeto de estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas (Painter).

O coordenador da pesquisa, Maximo Alfonso Rodrigues Billacrês, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e pesquisador do Núcleo de Estudos Socioambientais da Amazônia (Nesam), identificou não somente os fluxos de produtos e subprodutos do ramo da agricultura no mercado interno e externo, mas também especificou os sujeitos integrantes das cadeias produtivas e da biodiversidade dos municípios da microrregião do Alto Solimões, composta por Tabatinga, Benjamin Constant, Atalaia do Norte, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Iça, Tonantins, Jutaí e Fonte Boa.

Fruticultura do Alto Solimões – Foto: Jean Paulo de Jesus Tello/Acervo do pesquisador

Resultados da pesquisa

A pesquisa identificou as frutas com grande destaque na economia local, porém que no âmbito estadual não apresentaram relevância comercial ou então conhecimento e aprovação da população. “A região apresenta em seu mercado interno uma intensidade na comercialização de frutas (sazonais), no qual podemos destacar, com base nos dados coletados em Tabatinga, as seguintes: açaí, araçá, bacuri, biribá, camu-camu, cubiu, ingá, macambo, mapati, rambutã, sapota e umari”, afirma Maximo Billacrês, doutor em Biotecnologia.

O estudo identificou a intensa participação indígena no processo da economia local, visto que grandes quantidades de frutas são extraídas de terras indígenas, e também a participação da mulher para o complemento de renda familiar, uma vez que a participação feminina nos locais de comercialização é visível na etapa de venda das frutas.

O projeto, em andamento, encontra-se na fase de organização e tabulação de dados. Dessa forma, sobre as potencialidades, averiguou a diversidade de frutas existentes na região do Alto Solimões e suas possibilidades de uso, baseado no etnoconhecimento dos produtores. Quanto às limitações, colocou o aspecto logístico, isto é, a dificuldade do transporte desses produtos. 

Impactos relevantes  

Os resultados desse estudo podem impactar na economia da região do Alto Solimões de diversas maneiras. “Melhoramento e geração de renda, promoção e usos das cadeias produtivas de frutas, cultivos como mais uma geração de renda das unidades familiares, valorização dos conhecimentos tradicionais, promoção do uso sustentável da biodiversidade da faixa de fronteira e a promoção do desenvolvimento dos produtos regionais”, lista Maximo sobre as possibilidades de impactos na vida da sociedade local.

Por outro lado, o entendimento comparativo entre a cadeia de produção local/regional e a cadeia de produção global apontaram para os potenciais e fragilidades do aproveitamento da biodiversidade local e da sua inserção regional em cadeias de escalas diferenciadas. 

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