Exploração petrolífera da costa do Amapá divide opiniões em função de impactos ambientais

Repasse previsto pela Petrobras, de R$ 3 bilhões de dólares, representa metade do previsto pela companhia para campanhas exploratórias no geral para os próximos cinco anos.

O plano estratégico da Petrobras para os próximos 5 anos prevê o repasse de aproximadamente 3 bilhões de dólares para a exploração da Margem Equatorial, que se estende da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte. o valor representa o repasse de 49%, só para essa área, dos 6 bilhões de dólares previstos pela companhia para campanhas exploratórias no geral.

Com este valor, estão previstos para a Margem Equatorial 16 poços em 17 blocos. Os outros 45% serão destinados a bacias do Sudeste e 6% são para outras localidades.

O Plano Estratégico foi divulgado na última quinta-feira (1º) com a previsão de investimento total de 78 bilhões de dólares nos próximos 5 anos em todas as áreas de atuação e investimento da companhia.

“É fundamental que a Petrobras siga buscando novas reservas, uma vez que no processo de exploração e produção a gente luta a cada ano com declínio natural da ordem de 10% da nossa produção”, disse o diretor executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges.

Exploração na região divide opiniões em função dos corais da Amazônia. Foto: Reprodução/Greenpeace

Áreas sensíveis

Toda esta costa desejada pela Petrobras, contudo, tem áreas ambientalmente sensíveis e que despertam preocupações de autoridades e entidades, em especial, na região amazônica.

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), os povos indígenas Karipuna, Palikur, Galibi Marworno e Galibi Kali’na temem a exploração de petróleo na costa do Amapá.

“É muito preocupante, pois o projeto prevê a perfuração a aproximadamente 160 quilômetros da costa do Oiapoque. Os indígenas, que têm um conhecimento muito detalhado da região, apontam os diferentes impactos que o projeto pode trazer para o território e para seus modos de vida”, 

explica Rita Lewkowicz, coordenadora do Programa Oiapoque do lepé.

Outra preocupação apontada pela coordenadora são os impactos gerados pelo aumento no tráfego aéreo na região. “Podem ser afetados tanto por um potencial vazamento, quanto pela própria operação: prevê-se que os aviões e helicópteros sobrevoem as terras indígenas para acessar a plataforma, assim como o aumento populacional no Oiapoque e do fluxo na Rodovia BR-156, que cruza a Terra Indígena Uaçá”, completou.

Anteriormente, executivos da Petrobras afirmaram que a companhia previa receber ainda neste ano a licença ambiental para perfurar poço exploratório na Foz do Rio Amazonas, uma das regiões da Margem Equatorial.
No entanto, a exploração na região encontra forte oposição de grupos ambientais e questionamentos de ministérios públicos estaduais, que temem possíveis desastres ambientais.
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