Inajá, um lembrete de que existe modo de vida sustentável na Amazônia

Em meio à natureza e às margens do rio Negro, voluntários desenvolvem diversos projetos de inclusão socioambiental

O que fazer para dar uma pausa na rotina pesada e estressante dos grandes centros urbanos? A natureza foi a resposta encontrada por um grupo de voluntários que desenvolve não muito longe de Manaus, em Açutuba, zona rural do município de Iranduba, diversos projetos de inclusão socioambiental.

Na sede do instituto Inajá, um casarão inspirado pelo ambiente que o cerca e com uma vista contemplativa do rio Negro, o grupo de voluntários volta seu olhar para a permacultura e a agrofloresta. Lá, o espaço de horta coletiva reconecta o ser humano com terra, desde o cultivo até a colheita.

Inajá é uma palmeira resistente e abundante na região amazônica, cujo fruto possui uma polpa doce que nos alimenta e alimenta outros animais. Da mesma forma, o que se planta no instituto Inajá orienta a cozinha, também coletiva, com inspirações veganas e vegetarianas.

Foto: Divulgação/Instituto Inajá

A vivência no espaço leva quem por lá passa a repensar as práticas muitas vezes automáticas e o relacionamento nem sempre saudável que levamos com a terra. Partindo desse princípio, as ações do Inajá impulsionam não apenas o desenvolvimento pessoal, mas também o bem estar coletivo.

Segundo Wagner Pari Dessana, uma das lideranças do Inajá, há mais de três anos o esforço dos voluntários vai no sentido de construir uma rede de pessoas em torno na abundância e da preservação da Amazônia.

Um dos voluntários, Otu Gaivota, destaca a busca pela soberania alimentar de forma mais saudável e orgânica. “A gente tá nesse processo constante de plantar e doar plantas amazônicas e medicinais, com base na agroecologia em consonância com a natureza, com o que a gente vive e com o que é natural”, ressalta.

Braço indígena

Nesse sentimento de querer observar e agir como a natureza, os voluntários do instituto Inajá também atuam lado a lado com os povos da floresta. Um dos projetos desenvolvidos no Casarão do Açutuba é o Art for Food, que acolhe e ajuda indígenas de uma comunidade vizinha ao instituto.

Na aldeia Cipiá, indígenas de cinco etnias diferentes subsistiam a partir do turismo, com a apresentação de rituais e a venda de artesanatos. Com a pandemia da Covid-19, as portas da aldeia se fecharam para os turistas.

Para minimizar os efeitos do fechamento, a campanha disponibiliza um espaço virtual para venda de artesanato com retorno financeiro para as comunidades indígenas.

A consultora ambiental e professora Raimunda Muniz explica que a intenção é trazer qualidade de vida para os povos originários no entorno do Açutuba. “A gente vem contribuir com a logística, tornar mais fácil essa comercialização”, pontua.

Além do retorno financeiro, o Inajá realiza uma troca de saberes, com formações sobre agroecologia, turismo sustentável e empreendedorismo para os indígenas atendidos pela campanha.

Com as bençãos da floresta e dos povos que a habitam, o instituto Inajá dá seus passos a caminho de uma Amazônia que se reconecta com a sua história, com seu povo e com a sua cultura.

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