Sucesso de ‘Malandramente’ muda a vida de Nandinho e Nego Bam: ‘Já revirei lixo para comer’

Um milagre de Deus. É assim que Nego Bam define o sucesso da música “Malandramente”, lançada em abril e estourada em todo país. Ele e Nandinho têm rodado o Brasil para cantar o hit, que já foi entoado por Anitta, Claudia Leitte e Wesley Safadão em seus shows. — Achava que ia tocar bem, mas não imaginava que daria entrevista por isso — continua ele.
E para apresentar os dois cantores, o EXTRA começa revelando seus verdadeiros nomes: Nandinho e Nego Bam são, fora dos palcos, Luiz Fernando, de 28 anos, e Rafael, de 32, dois homens casados, pais e apaixonados pela família.
O primeiro estouro de Nandinho foi em 2012, com “Só um pedacinho”. Foi ali que ele comprou uma casa para morar com Thauane, com quem vive desde então em Sepetiba, na Zona Oeste. A família se completa com as duas filhas, Giovanna, de 6 anos, e Valentina, de 2. Em breve, a relação vai virar casamento oficialmente. Com uma aliança na mão direita”, ele afirma: — Agora já tenho os mil reais para casar no cartório.

Apesar de escrever letras nada românticas, Nandinho se revela um apaixonado ao falar sobre Thauane. — Ela é a mulher que eu pedi a Deus, é meu fechamento — elogia ele, contando orgulhoso que a a moça está prestes a se formar no curso de cabeleireiro, e quer em abrir um salão.
Hoje ele vive com algum conforto, comprou um carro popular 2017, e vai fazer em breve um plano de saúde para as filhas. Mas Nandinho já morou num barraco em Queimados, na Baixada Fluminense, construído com a madeira do armário. Na primeira vez que entrou no supermercado, sem precisar contar dinheiro, realizou um sonho: comprar farofa pronta. — Levei cinco pacotes! Adoro aquilo — lembra ele, que conta tudo com um sorriso no rosto. — Já revirei lixo para comer, mas passou, superei, não tenho motivo para chorar.

Nego Bam já se considera casado com Ingrid, a menina por quem era esnobado na adolescência e, anos depois, se transformou na mãe de seu filho, Miguel, de 4 anos. O funkeiro comenta que algumas mulheres olham diferente nos shows, mas não há espaço para nenhuma outra em sua vida. — Aquilo é nosso trabalho, a gente não se ilude, e a família está em primeiro lugar e estamos pensando em casar na igreja. Nosso amor é muito forte.

Além de cuidar do filho, Ingrid também ajuda Bam na criação do irmão mais novo, Izaac, de 13, desde que sua mãe morreu, há uma década. — Parei de estudar na sexta série, mas incentivo muito os meninos. Meu sonho é que façam uma faculdade.

Foto: Reprodução
Ele deixou a escola para trabalhar e fez muitos bicos até que, há dez anos, descobriu a atividade de gesseiro e se dedicou a ela: — A música é uma benção, mas não me envergonho do que fazia antes. Nem há motivos. — Eu sou bom nisso — garante.

O trabalho como gesseiro lhe permitia levar uma vida humilde, porém, sem sustos. A casa onde mora em São João de Meriti, na Baixada, já era sua, mas ganhou uma repaginada. — Logo que comecei a ganhar dinheiro, dei na mão da minha mulher e ela comprou tudo novo. Cada dia que eu chegava em casa tinha uma novidade — diverte-se Bam que, vaidoso, não descuida do perfume e detesta repetir roupa nos shows.

Durante o bate-papo, Nego Bam faz questão de frisar ainda que o irmão mais velho, Wagner, foi quem o levou para a música, agradece o incentivo e ressalta: — O funk hoje gera emprego, é uma benção na vida de um favelado. Sou muito grato a ele, foi o meu professor. Opens external link in new windowSaiba mais no iBahia.
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