Reality ficcional Supermax estreia hoje com suspense, drama e ação

Foto: Divulgação/Agência Globo

Não se engane. “Supermax“, série que estreia cercada de expectativa na terça-feira, às 23h20m, na Globo, pode parecer, mas não é um reality show. Logo no primeiro episódio, 12 pessoas são confinadas num presídio de segurança máxima desativado na Amazônia para disputar um prêmio de R$ 2 milhões. O jornalista Pedro Bial – que comandou 16 edições do reality de verdade “iBig Brother Brasl” – recepciona o grupo e explica as regras do jogo.

Em comum, todos os participantes já tiveram problemas com a Justiça, conta o apresentador, que só aparece em monitores, como no “BBB”. À medida que a história avança, os protagonistas e o público percebem que a sorte mudou e que as coisas não são bem como todos imaginam. Depois de perderem contato com a produção do programa, eles não terão mais que lutar pelo prêmio, e sim pela própria sobrevivência – num clima semelhante ao da franquia cinematográfica “Jogos vorazes” (2012).

Durante os 12 episódios – os 11 primeiros já foram disponibilizados para os assinantes da Globo Play, plataforma de vídeos da emissora -, as coisas saem do controle e eventos bizarros acontecem, como o surgimento de criaturas sobrenaturais. Haverá muito sangue e mortes na prisão de três andares e 800 m² montada em um galpão no Projac.

“Supermax” reúne gêneros pouco explorados na teledramaturgia brasileira, como terror e suspense. Escrita por nove roteiristas, a série seguiu o conceito das writting rooms das séries americanas, esquema de trabalho coletivo que dá origem a textos e tramas criados por muitas cabeças.

– Chamamos pessoas ligadas aos seriados e aos universos da literatura e do cinema. A gente queria uma história que fosse contada com poucas palavras e mais imagens – conta José Alvarenga Jr., diretor da produção junto com o cineasta José Eduardo Belmonte, de “Alemão” (2014).

Além de dirigir, Alvarenga é um dos criadores do programa. Inicialmente, ele recrutou os roteiristas Fernando Bonassi e Marçal Aquino, com quem trabalhou nas séries policiais “Força-Tarefa” (2009) e “O caçador” (2014). Juntos, escreveram a sinopse dos 12 episódios. Posteriormente, chefiaram a sala de roteiristas.

– Na TV, eu ainda não tinha trabalhado com nada que não fosse policial. Chamo “Supermax” de projeto transgênero. Começa como reality, vira suspense, passa pelo policial e chega ao terror – fala Marçal Aquino.

Para compor o time de roteiristas foram chamados os autores Bráulio Mantovani, Carolina Kotscho, Dennison Ramalho, Juliana Rojas, Raphael Draccon e Raphael Montes.

Cria do cinema, Bráulio Mantovani, que assina roteiros de filmes como “Cidade de Deus” (2002) e “Tropa de elite” (2007), detalha o processo de criação:

– Alvarenga coordenava o trabalho. Fernando e Marçal filtravam as ideias que jogávamos na mesa. Em certos momentos, uma ideia que parecia boa, mas logo era desmontada pelos criadores por não se encaixar no conceito da série. Os personagens já tinham sido criados, a trama principal estava clara, mas eles sempre tiveram uma atitude aberta. E aceitavam facilmente novidades que de fato contribuíam para melhorar o que já tinham feito. 

Foto: Divulgação/Agência Globo
Escritor, roteirista, dramaturgo e cineasta, Fernando Bonassi diz que “Supermax” ganhou outro contorno na sala de criação coletiva:

– Ainda acho que é possível ser original, mesmo na TV aberta. A gente inventou um monte de loucura, que só se sustentaria com efeitos especiais, por exemplo. Não são coisas que estamos acostumados a lidar, mas dá para vender “Supermax” para qualquer mercado estrangeiro e não passar vergonha.

Na história, há até um diabo criado em 3D para uma das cenas. Vindo da publicidade, André Faccioli, da O2 Filmes, assina a fotografia da série. Especializado em histórias de terror, o diretor e roteirista Dennison Ramalho conta que ele, Raphael Draccon e Juliana Rojas (todos com trabalhos que exploram narrativas fantásticas) contribuíram mais com as “ideias demoníacas”.

– Como toda narrativa de confinamento, podemos esperar disputas renhidas pela liderança do grupo. Mas todas parecerão briguinhas de escola frente a males mais poderosos. São horrores que nem o mais astuto dos participantes está pronto para encarar – promete.

Autor da série de livros “Dragões de éter”, Raphael Draccon conta que eles também foram responsáveis pelas cenas mais violentas.

– Ao assistir aos primeiros episódios ninguém faz ideia dos elementos sobrenaturais que ainda virão pela frente – avisa.

A motivação por trás dos tais acontecimentos sobrenaturais será explicada ao longo da série. Cenas de flashback ajudarão a contar o passado de cada um dos personagens.

– Não fomos loucos de pirar totalmente. Precisamos seguir uma dramaturgia da TV aberta – diz o escritor e colunista do GLOBO Raphael Montes, autor de livros como “Suicidas” e “Dias perfeitos”. – Em geral, a melhor ideia na sala de reuniões não era de uma pessoa específica, era uma soma.

Em seu primeiro trabalho para a TV, a cineasta e roteirista Juliana Rojas, de filmes como “O duplo” (2012) e “Um ramo” (2007), conta que um dos maiores desafios foi criar um arco dramático para cada um dos personagens.

– Todos são complexos – completa ela.

Os 12 personagens confinados são protagonistas. O elenco tem poucos nomes conhecidos do grande público – caso de Cleo Pires e Mariana Ximenes, que também podem ser vistas na novela “Haja coração”, e Erom Cordeiro. Os atores Bruno Belarmino, Nicolas Trevijano, Ademir Emboava, Maria Clara Spinelli, Rui Ricardo Diaz, Fabiana Gugli, Mario César Camargo, Vania de Brito, e Ravel Andrade completam o grupo.

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