Fotos do cotidiano policial, vídeos de operações, entre outras informações divulgadas diariamente fazem parte da nova rotina de policiais do Amazonas. Com a finalidade de divulgar o trabalho realizado pela Polícia Militar do Estado, o comandante da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) em Manaus, Capitão Alberto Neto, passou a usar as mídias sociais como ferramenta, principalmente para aproximar os profissionais às comunidades.
“A gente sempre colocava as ações no perfil, mas começamos a idealizar alguns projetos e a ideia era divulgar eles. Observamos que as páginas policiais no Brasil vinham tendo grande repercussão então resolvemos fazer isso também”, informou o capitão ao Portal Amazônia.
Capitão Alberto mostra os patrulhamentos feitos pela polícia através da rede social. Foto: Reprodução/Facebook
Críticas surgiram logo que a ideia foi proposta. “Tudo o que é novo causa um pouco de temor. Tivemos muitas críticas no começo, porque pensavam que era autopromoção e direcionado aos policiais. Mas era falta de entendimento, então fui explicando que a ideia era mostrar nosso cotidiano para quem estava do ‘lado de fora'”, afirmou.Apesar de começar de forma “tímida”, como descreveu Neto, há apenas sete meses, a página ‘Capitão Alberto Neto’, no Facebook, já conquistou mais de 82 mil seguidores.
“Ela foi crescendo por causa da curiosidade do público querer saber como é a vida policial. Eu não esperava”, afirmou.Entre as postagens, o dia a dia do próprio capitão é mostrado, bem como ações policiais em vídeos. “Queremos cada vez mais trazer o público à favor da polícia. Somos humanos, podemos errar e se ele sentir um pouco o momento da ação o julgamento de um erro futuro pode ser diferente, já sabendo como é a nossa rotina”, justificou.
Busca de soluções
Segundo o capitão, a página ultrapassa seu propósito também na questão de denúncias. “A gente sabe que a criminalidade, coma crise, só fez aumentar. A gente observa assaltos, roubos, o tráfico de drogas e as pessoas utilizam muito a página para denunciar isso. Como já trabalhei na Força Tática, na Rocam, já faço o direcionamento”, explicou. Imagens de câmera de segurança mostrando um assalto, denúncias de desparecidos e imagens de operações são apenas alguns exemplos de como a polícia tem utilizado as redes sociais.
Um dos episódios mais tristes relembrados por Neto em que a página teve grande visibilidade foi no caso do policial de Roraima, da Força Nacional no Rio de Janeiro, que após troca de tiros foi internado, mas morreu.”Tinham policiais do Amazonas lá acompanhando e eu sempre perguntava como estava a situação. Um deles me ligou e informou do óbito dele. Foi quando eu fiz um texto crítico, mostrando o valor do policial, como a profissão tem sim um quê de heroísmo e como a sua vida fica em jogo. E começou a viralizar em todo o Brasil, inclusive familiares dele me ligaram porque ficaram sabendo do óbito pela publicação, mas acabaram agradecendo pela homenagem no texto”, relatou.Acompanhando o deslocamento da Força Tática. Vídeo: Reprodução/Facebook
Assim, o policial viu no uso das mídias uma das melhores formas de mostrar transparência. Atualmente 10 pessoas fazem parte da equipe que administra a página e orienta os usuários. “A internet te dá uma resposta imediata se o público está gostando ou não. Então serve também de orientação para o nosso trabalho, como saber que áreas precisam de reforço policial”, frisou.
Algumas das postagens mostram a equipe do Cicom chefiada pelo Capitão Alberto. Foto: Reprodução/Facebook
Mais proximidade
As ideias não param por aí. Um aplicativo, o ‘Informe’, foi desenvolvido para garantir ainda mais a ajuda mútua entre os policiais e as pessoas. A princípio está disponível para plataforma Android, mas também pode ser acessado via web no site da Polícia Militar. “O laço psicológico é importante, passar confiança. A interação com o público é para procurar soluções para a segurança da cidade. O Estado sozinho não consegue resolver tudo. Então procuramos as participações”, destacou.
Outra novidade é o uso do Whatsapp. Grupos entre policiais e comerciantes, por exemplo, foram criados para facilitar na busca e captura por assaltantes. “Já sabemos mais ou menos o perfil dos suspeitos e todos ajudam na vigilância, trocando informações. Precisamos dessa interação para fazer a cidade mais segura”, disse. O capitão Alberto Neto adiantou ainda ao Portal Amazônia que a próxima ideia a ser posta em prática é a criação de um canal no Youtube, onde mostrarão o cotidiano os policiais em vídeos mais específicos.
Ação natalina
Entre as diversas atividades propostas para aproximar a comunidade aos policiais, está a ‘Ação Integrar’. Segundo o capitão, esta é mais uma ideia para reforçar este vínculo. A próxima ação, contou, acontece dia 22 de novembro em alusão ao Natal. “A ideia é passar uma mensagem de que a polícia também é humana e próxima da comunidade. Vamos colocar o Papai Noel à frente da viatura e o ‘xadrez’ estará cheio de presentes para as crianças”, explicou.
Foto: Reprodução/Facebook-Capitão Alberto Neto
Além da polícia, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Prosamim, PACs e outras instituições particulares participam voluntariamente. Entre as atividades desta edição estão atendimento de pediatras, atenção à higiene bucal das crianças, Gari da Alegria e, claro, a entrega de brinquedos. “Nós queremos mostrar que o policial não está ali como inimigo, para repreender, mas que está lá para proteger”, afirmou. Para mais informações: (92) 988421464.