O que era pra ser um momento de recordação, através de uma sessão de fotos para celebrar a conclusão de 75% do curso de pedagogia, acabou tendo um final nada agradável para um grupo de 27 acadêmicos da Universidade Federal de Rondônia (Unir). No domingo (5), enquanto estavam sobre uma passarela do Parque Botânico, a estrutura desabou e os alunos afundaram dentro do lago de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari.
Considerado um dos cartões-postais do município, o Parque Botânico é muito frequentado para ensaios fotográficos. Revitalizado em 2011, duas passarem foram construídas para dar acesso a uma ilha no meio do lago.
Mas, no último domingo, os estudantes levaram um grande susto, pois a estrutura da passarela começou a estralar, resultando no desabamento. O ponto em que eles estavam possui cerca de dois metros de profundidade.
A fotógrafa Eliane Lima era a responsável pela produção das fotografias e chegou a registrar alguns momentos do apavoramento dos alunos dentro da água.
“Estávamos com os 27 formandos e, de repente, na finalização das fotos, colocamos todos eles sobre a passarela. Um dos acadêmicos até disse que estava sentindo a passarela estralar, porém não levamos muito em consideração, pois achávamos que ela não cairia, mas ela veio a ceder”, explicou.
Uma das acadêmicas, que preferiu não ser identificada, disse ao G1 que todos eles ficaram assustados e preocupados com os colegas que não sabiam nadar. Apesar do trauma e algumas escoriações, ninguém se feriu gravemente, tendo apenas prejuízos materiais.
“Alguns machucaram pernas, costas e tinham meninas que não sabiam nadar, mas todas conseguiram sair da água. Muitos alunos estavam com celulares e ficaram no prejuízo por terem molhado. O celular de uma outra colega caiu dentro do lago e não conseguiram encontrar”, detalhou.
Ainda de acordo com a estudante, o grupo não foi avisado sobre a capacidade de pessoas sobre a passarela e que também não havia placa para alertar sobre o excesso de peso na estrutura.
“Em nenhum momento nos avisaram sobre o limite de peso, não tinha nenhuma placa que detalhasse a quantidade de pessoas permitidas em cima da passarela. Algumas colegas levaram os filhos para acompanhar o ensaio e felizmente nenhum deles estavam na passarela no momento da queda”, revelou.
No momento do incidente, havia dois bombeiros civis de plantão no Parque Botânico. No boletim da ocorrência os bombeiros citam que os estudantes disseram que a passarela estava estralando.
O que diz a prefeitura?
Segundo informações do G1 Rondônia, o secretário municipal de meio ambiente, Vilmar Ferreira, lamentou o episódio e reconheceu que a estrutura precisava de manutenção, mas culpou os acadêmicos pela queda da passarela, em razão do excesso de pessoas na estrutura.
“A equipe dos acadêmicos foi negligente de certo ponto, pois subiram em cima de uma passarela de madeira que tem resistência limitada e eles não se deram conta disso, muito embora, eles foram avisados. N momento que a passarela deu um primeiro estalo, eles continuaram em cima da estrutura”, frisou.
A estrutura foi retirada da água nesta segunda-feira (6). O secretário informou que já havia um cronograma de obras previsto para esse ano no Parque Botânico e que novas passarelas serão construídas no local.
“Vamos reconstruir a passarela, sendo mais bonita e mais resistente, claro, não para que venha novamente um grande grupo de pessoas e subam em cima, mas porque de fato precisava fazer a troca”, destacou.