Domingos Montagner deveria estar no set de gravação nesta sexta-feira, 16, às 8h, em Canindé, interior do Sergipe. A cena prevista era Santo participando de um ritual indígena no nascimento do filho de Olívia, papel de Giullia Buscacio, no mesmo lugar em que sofreu o acidente que o matou afogado.
De acordo com Bruno Garrido, fiscal de figuração da novela, todos da equipe estão muito abalados. “A ficha não caiu ainda, alguns não acreditam, outros choram. É muito lamentável”, conta ele, que está aguardando uma ordem da direção sobre o cronograma de gravações.
Bruno fez as últimas fotos de Domingos Montagner vivo. “Ele chegou bem cedo no set, antes das 8h. Ficamos conversando, batendo papo sobre a cidade. Domingos falou como era dura a vida no sertão, das poucas condições que as pessoas tinham para viver ali”, descreve.
Domingos até topou participar de uma brincadeira de Bruno com a mãe dele e com a mulher. “Elas queriam que o Domingos gravasse um vídeo, mas, poxa, não ia pedir isso a ele. Então fizemos uma selfie e mandei para elas zoando, querendo saber quem era mais santo”, explica.
Bruno diz que Domingos estava tranquilo, gravou apenas uma cena com Camila Pitanga e foi liberado para almoçar por volta do meio-dia. “Foi tudo muito rápido. Eles saíram do almoço e foram mergulhar, quando soubemos a tragédia já tinha acontecido em questão de segundos”, conta: “Na hora dois policiais passavam pelo local, logo seguiram num barquinho para as primeiras buscas. Uns meninos ribeirinhos também estavam na pedra e mergulharam para tentar o resgate, mas foi tarde demais”.
Diretor sobrevoou local com helicóptero
Assim que soube do acidente, Luiz Fernando Carvalho pegou um helicóptero e sobrevoou o local da tragédia enquanto barcos faziam buscas. “Este lugar é muito perigoso, tem correnteza para a direita, para a esquerda e redemoinhos no meio, segundo pescadores e a população dali”, descreve Bruno, que afirmou que é comum a equipe se refrescar nas águas do São Francisco: “Quase sempre, quando acabam as gravações, tem gente nadando, mas nunca ali, que era um lugar novo para todo mundo”.
Segundo o produtor, Camila e Domingos mergulhavam em águas que pareciam piscinas quando foram pulando entre as pedras. “Na terceira pedra deu problema e veio a correnteza. Camila também se desprendeu da pedra e Domingos a ajudou, quando ela deu a mão a ele, já não teve mais jeito”, diz ele, que permaneceu no local até a hora em que foi confirmada a morte: “Estamos todos arrasados. A cidade está em choque”. Saiba mais no iBahia.